Segundo avança o El Financiero, após uma longa audiência de perto de 10 horas, o juiz Víctor Manlio Hernández Calderón concluiu que existem provas suficientes para acusar Francisco Garduno, chefe do Instituto Nacional de Migração (INM), de exercício indevido de cargo público.
Garduno não é o único membro do INM que a ser indiciado. Salvador González Guerreiro, representante do instituto em Chihuahua, também figura entre os acusados.
Assim como Juan Carlos ‘N’, ex-coordenador do Grupo Beta de Proteção a Migrantes, e Eduardo ‘N’, ex-chefe de Recursos Materiais, sobre os quais pesam as acusações de exercício ilícito do serviço público, homicídio e lesões.
As acusações estão relacionadas com o incêndio no Centro Temporário de Detenção do instituto em Cidade Juárez, Chihuahua, onde morreram 40 pessoas e mais de 20 ficaram feridas, a maioria da América Central.
O Ministério Público Federal considera que Francisco Garduno tinha conhecimento de que o centro não contava com as condições necessárias para albergar as pessoas migrantes que lá se encontravam, e que não tomou qualquer tipo de ação a esse respeito.
Garduno, aliado do presidente Andrés Manuel Lopez Obrador, não ficou preso, mas terá de se apresentar às autoridades a cada duas semanas.
O responsável do INM não quis comentar o caso e a investigação em curso, que deverá estar concluída em quatro meses. Garduno limitou-se a garantir aos jornalistas que estará muito atento aos esforços para reparar as vítimas e suas famílias.
As autoridades afirmam que o incêndio no Centro Temporário de Detenção do INM começou após um ou mais migrantes incendiarem colchões como forma de protesto. Um vídeo publicado online após o incidente, aparentemente com imagens de segurança do centro de detenção, mostrou os migrantes a tentarem forçar uma porta trancada enquanto os guardas abandonavam o edifício, deixando para trás as vítimas.