Chefe da autoridade mexicana de migração acusado no processo de incêndio em Juarez

02 de maio 2023 - 11:30

Tribunal ordenou que o comissário do Instituto Nacional de Imigração (INM), Francisco Garduno, seja indiciadono âmbito da investigação ao incêndio que, no final do mês passado, matou 40 imigrantes num centro de detenção na cidade fronteiriça de Ciudad Juarez.

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Foto Luis Torres, EPA/Lusa.

Segundo avança o El Financiero, após uma longa audiência de perto de 10 horas, o juiz Víctor Manlio Hernández Calderón concluiu que existem provas suficientes para acusar Francisco Garduno, chefe do Instituto Nacional de Migração (INM), de exercício indevido de cargo público.

Garduno não é o único membro do INM que a ser indiciado. Salvador González Guerreiro, representante do instituto em Chihuahua, também figura entre os acusados.

Assim como Juan Carlos ‘N’, ex-coordenador do Grupo Beta de Proteção a Migrantes, e Eduardo ‘N’, ex-chefe de Recursos Materiais, sobre os quais pesam as acusações de exercício ilícito do serviço público, homicídio e lesões.

As acusações estão relacionadas com o incêndio no Centro Temporário de Detenção do instituto em Cidade Juárez, Chihuahua, onde morreram 40 pessoas e mais de 20 ficaram feridas, a maioria da América Central.

O Ministério Público Federal considera que Francisco Garduno tinha conhecimento de que o centro não contava com as condições necessárias para albergar as pessoas migrantes que lá se encontravam, e que não tomou qualquer tipo de ação a esse respeito.

Garduno, aliado do presidente Andrés Manuel Lopez Obrador, não ficou preso, mas terá de se apresentar às autoridades a cada duas semanas.

O responsável do INM não quis comentar o caso e a investigação em curso, que deverá estar concluída em quatro meses. Garduno limitou-se a garantir aos jornalistas que estará muito atento aos esforços para reparar as vítimas e suas famílias.

As autoridades afirmam que o incêndio no Centro Temporário de Detenção do INM começou após um ou mais migrantes incendiarem colchões como forma de protesto. Um vídeo publicado online após o incidente, aparentemente com imagens de segurança do centro de detenção, mostrou os migrantes a tentarem forçar uma porta trancada enquanto os guardas abandonavam o edifício, deixando para trás as vítimas.

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