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Casa para Viver: Braga, Aveiro e Viseu juntam-se às manifestações

A par de Lisboa, Porto e Coimbra, as manifestações de 1 de abril pelo direito à habitação vão ter lugar também em Braga, Aveiro e Viseu.

A crise da habitação não se resume aos dois maiores centros urbanos, como atestam os números agora publicados pelo INE sobre as transações de imóveis, cujo valor total mais do que duplicou em todas as regiões do país. Uma subida de preços que se refletiu no mercado de arrendamento, tornando a tarefa de encontrar casa em muitas cidades portuguesas uma missão impossível para quem vive do seu salário em Portugal.

Face à insuficiência da resposta do Governo, que se limita a apresentar pacotes com benefícios fiscais e incentivos que mantêm os altos preços praticados, recusando-se a fixar tetos máximos para os preços das rendas, a insatisfação alastra por todo o país e culminará no sábado, dia 1 de abril, com as manifestações "Casa para Viver", promovidas por coletivos e movimentos em luta pelo direito à habitação.

Esta semana, Aveiro e Viseu juntaram-se as convocatórias já feitas para Lisboa, Porto e Coimbra. Em Viseu, a manifestação é promovida pela Plataforma Já Marchavas e arranca às 15h horas no Rossio. "O problema da habitação é nacional, não é exclusividade de Lisboa e Porto! Por cá sabemos bem as consequências da especulação e da falta de investimento em habitação pública", refere o movimento no anúncio da manifestação de 1 de abril.

Em Aveiro, um grupo de ativistas convoca também para as 15h uma concentração na Praça Joaquim de Melo Freitas. "Em Aveiro, o preço por m2, entre 2015 e 2022, disparou mais que o dobro (146% - 2015: 932,5€/2022: 2297,25€) e no distrito de Aveiro subiu para praticamente o dobro (93% - 2015: 796,4€/2022: 1540,75€). No que toca ao valor das rendas, o preço em Aveiro subiu 30% entre 2019 e 2022 (2019: 6,85€m2/2022: 8,87€m2) e no distrito subiu 26% (2015: 5,82€m2/2022: 7,31€m2). Estas subidas são simplesmente incomportáveis para a maioria das pessoas que vivem, trabalham ou estudam na região", referem os promotores da manifestação, que pretendem com este protesto "enviar um sinal claro aos decisores políticos nacionais e locais".

Em Braga, um conjunto de 19 colectivos e organizações do distrito de Braga estão a convocar a manifestação pelo Direito à Habitação para o dia 1 de Abril, às 15h, com concentração junto ao Coreto da Avenida Central, em Braga, seguida de marcha pelo centro histórico. Além do direito à habitação, estas organizações defendem também o fim da exploração e do aumento do custo de vida e o direito à cidade, para que "todas as pessoas tenham acesso aos centros urbanos, sem privatização de espaços públicos" e com melhores transportes públicos "tanto nas cidades como entre as cidades do distrito de Braga".

Também às 15h do dia 1 de abril, as manifestações vão partir da Alameda, em Lisboa, da Praça da Batalha, no Porto e da Praça 8 de Maio, em Coimbra.

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