Na segunda-feira, activistas e dirigentes do Bloco estarão em centros de emprego por todo o país e ilhas contactando com desempregados e distribuindo um jornal onde estão explicadas as razões da moção de censura e é apresentado um programa de emergência “para tirar o país do beco sem saída para onde o governo e o capital especulativo o empurram”.
“Precariedade não é o futuro” é a manchete do jornal que teve a maior tiragem de sempre: 350 mil exemplares.
Tendo anunciado uma moção de censura ao Governo em nome das “gerações sacrificadas” e baseada na crítica às políticas do Governo que promovem mais desemprego, precariedade e originam mais recessão, o Bloco organiza também várias sessões pelo país para discutir as razões da censura directamente com as pessoas. Ver agenda.
Esta semana vieram a público os últimos números da taxa real de desemprego que está já em 13,8%, são 770 mil pessoas sem emprego. Sabe-se também que o número de desempregados que não recebem subsídio continua a subir e ultrapassa já os 470 mil e que mais de 416 mil pessoas vivem em agregados familiares onde ninguém tem emprego.
Ainda esta terça-feira Francisco Louçã afirmou, numa sessão em Leiria, que a moção de censura que o Bloco apresentará dia 10 de Março responde “pelos 700 mil desempregados, pelos 2 milhões de precários perseguidos por esta economia, por um país que lhes retira vida”.
Comentando a já anunciada abstenção dos partidos de direita no parlamento, Louçã disse que a resposta da direita à moção de censura do Bloco é para ajudar o governo na política do desemprego. “A direita quer agarrar o governo para este fazer o pior e desagregar a economia”, sustentou, referindo depois ironicamente a frase de Passos Coelho – “ainda não temos fome para ir ao pote”. “O pote somos nós, são os impostos, é a economia, é o estado”, disse.