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Buraco do BPN continua a aumentar: 3.000 Milhões em incumprimento

500 maiores clientes deixaram de pagar dívidas às sociedades detidas pelo Estado que têm os ativos tóxicos do BPN. 3.000 milhões de euros estão em incumprimento total. Os maiores devedores são empresas e offshores ligadas ao grupo SLN, criado por Oliveira Costa e Dias Loureiro. A maior devedora é uma empresa de Emídio Catum e Fernando Fantasia, que pertenceu à comissão de honra da candidatura presidencial de Cavaco Silva em 2011.
500 maiores clientes deixaram de pagar dívidas às sociedades detidas pelo Estado que têm os ativos tóxicos do BPN - Foto de Paulete Matos

O jornal “Expresso” deste sábado noticia que a situação das sociedades, criadas pelo ministério das Finanças, que ficaram com as dívidas ao BPN não pára de se agravar.

Os 500 maiores clientes do BPN, com dívidas superiores a 500 mil euros, deixaram de pagar o que devem. Em causa estarão já mais de 3.000 milhões de euros em incumprimento. Estas dívidas poderão agravar o défice das contas públicas em 2012.

A Parvalorem, a maior das três sociedades criadas pelo ministério das Finanças, gere um montante de 4,2 milhões de dívidas. Segundo o presidente da Parvalorem, Francisco Nogueira Leite, os contratos enviados para o contencioso para serem alvo de ações judiciais somam já 2,4 mil milhões de euros. O jornal “Expresso” noticia que existem mais 600 milhões de euros que já deviam ter ido para o contencioso, pois já acumularam muitas prestações em atraso

Segundo o jornal, muitos dos devedores enfrentam situações de insolvência e há um elevado número de contratos de empréstimos com garantias nulas ou inexistentes, tornando previsível que muitos desses créditos não possam ser recuperados, nem com ações judiciais.

Algum dos maiores devedores são sociedades ligadas ao grupo SLN, sociedade que atualmente tem o nome de Galilei, que detinha o controle do BPN e onde se destacavam Oliveira Costa, Dias Loureiro e outras figuras gradas do PSD e do cavaquismo.

Segundo o “Expresso”, os dez maiores devedores são:

1. Pluripar - 135 milhões de euros – empresa ligada ao grupo SLN e aos empresários Emídio Catum e Fernando Fantasia (que pertenceu à comissão de honra da candidatura presidencial de Cavaco Silva em 2011).

2. Solrac Finance - 116 milhões de euros - offshore ligada ao grupo SLN, com contas no Banco Insular de Cabo Verde, e que servia para movimentar dinheiro para o BPN Cayman.

3. Labicer - 82 milhões - fábrica de cerâmica controlada pelo grupo SLN.

4. Cimentos Nacionais e Estrangeiros (CNE) - 82 milhões - empresa do grupo SLN.

5. Domurbanis - 69 milhões – outra empresa de Emídio Catum e Fernando Fantasia.

6. Marinapart - 66 milhões - empresa que tem a licença de concessão da marina de Albufeira.

7. Homeland - 50 milhões - fundo de investimento imobiliário criado para financiar a operação de Duarte Lima de compra de terrenos no concelho de Oeiras.

8. Jared Finance - 47 milhões - offshore do grupo SLN.

9. Paprefu - 44 milhões – outra empresa de Emídio Catum e Fernando Fantasia, que tem 1800 hectares de terreno junto do previsto futuro aeroporto de Lisboa na margem sul.

10. Zevin Holding - 43 milhões - offshore ligada ao grupo SLN que serviu para comprar 41 quadros de Miró.

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