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Bruxelas avisa que procedimentos por défice excessivo regressam em 2024

No próximo dia 15 de março, os ministros das Finanças dos Estados-Membros da UE irão reunir-se para discutir a posição comum sobre a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Se esta for aprovada, será dada luz verde à Comissão Europeia para apresentar uma proposta legislativa, calendarizada para abril.
Entretanto, a Comissão Europeia já avisou que as regras orçamentais com os limites ao défice e as sanções que vigoravam antes da pandemia vão regressar já no próximo ano. Um regresso que o eurodeputado bloquista José Gusmão comentou nas redes sociais, afirmando que "a Comissão Europeia começava a sentir-se ultrapassada pelo BCE na tarefa de travar a recuperação da atividade económica e do emprego na Zona Euro e, em particular, nos países periféricos como Portugal".
Esta terça-feira, o jornal espanhol El Pais, de acordo com um esboço a que teve acesso dos membros da EcoFin, assinala que uma das alterações relevantes é que os resultados eleitorais passam a ter implicação nos planos de ajustamento orçamental dos países. Pode ler-se "Os planos podem alinhar-se, mediante solicitação prévia, com o ciclo eleitoral nacional, sendo revistos com a chegada de novos governos e atualizados em circunstâncias concretas, mantendo a ambição do ajuste orçamental”.
Isto pode querer dizer uma alteração no ritmo acordado de redução da dívida ou uma subida de impostos para necessidades entretanto criadas.
Para além disso, o documento preparado acrescenta que as regras da Comissão deverão ter em conta as despesas com defesa, bem como o investimento na transição digital e ambiental.
A Comissão Europeia apresentou as suas linhas gerais para a reforma das regras orçamentais em novembro. Na altura, o Esquerda.net fez um resumo dos principais problemas na proposta ainda vaga.
Apesar da falta de ambição da posição inicial da Comissão, a Alemanha deixou claro no final de janeiro que não está de acordo com o proposto. "Temos dúvidas de que a proposta da Comissão conduza a um caminho confiável de redução da dívida pública (...) Estamos convencidos de que precisamos de regras comuns e gostaríamos de manter uma abordagem multilateral, em vez de negociações bilaterais", sublinhou o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner.
Inicialmente, a presidência sueca do Conselho tinha intenção de incluir uma referência expressa a um “esforço orçamental mínimo”. Berlim, com o acompanhamento de Copenhaga, está a pressionar para a inclusão de uma "referência numérica comum” para redução da dívida. Espanha, França, Itália e Portugal estão contra esta nova introdução, colocando em causa a suposta nova abordagem da Comissão de adaptar a redução de dívida aos contextos nacionais.
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