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Braga: Bloco quer mais habitação pública e transportes públicos gratuitos

Num debate dominado pelas questões da mobilidade e da habitação, a candidata bloquista Alexandra Vieira criticou o facto de o executivo não ter preparado a cidade para o crescimento demográfico.
Alexandra Vieira
Alexandra Vieira no debate da RTP3 entre candidaturas à Câmara de Braga.

Esta quinta-feira foi a vez do concelho de Braga no debate autárquico da RTP3. Alexandra Vieira, a cabeça de lista do Bloco a esta autarquia, abriu o debate com o facto de Braga ter sido “o município que mais cresceu nos últimos tempos em termos percentuais, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística” para criticar que “o executivo presidido por Ricardo Rio nunca preparou a cidade para este crescimento demográfico”. Assim, “por falta de políticas certas”, o crescimento “tem vindo a tornar-se um problema”, nomeadamente nas áreas da mobilidade e da habitação.

O atual presidente de Câmara “permanece agarrado a políticas do passado e nós queremos projetar o futuro”, contrastou, apresentando como exemplo de soluções a necessidade de multiplicar a oferta pública de habitação “que neste momento é 0,7% para 2%, acompanhando pelo menos a média nacional”, o estabelecimento de uma quota de 25% na construção atribuída a oferta pública, a reabilitação, a eficiência energética, os transportes públicos gratuitos, “uma medida não só ambiental como também social porque devolve rendimento às pessoas” e ainda a frota com emissão zero.

No que diz respeito à habitação, Alexandra Vieira pensa que o mercado livre fez com que “o preço do valor da renda e da compra tivesse subido exponencialmente”. O que faz com que para uma família jovem, com filhos, com ordenado médio ou mínimo, fique “muito complicado ter uma casa e conseguir viver em Braga”. “Eu não sei se o candidato Ricardo Rio sabe, mas o metro quadrado para a renda em Braga aumentou cerca de 36% relativamente hà quatro anos, o valores das rendas duplicaram”, acrescentou. Os dois deputados bloquistas na Assembleia Municipal no mandato anterior tentaram fazer a atualização dos apoios ao arrendamento através da empresa municipal de habitação, a BragaHabite, mas “essa medida foi aprovada em AM no entanto tarda ainda em ser aplicada” criticou.

Sobre mobilidade, a deputada diz que há “um problema grave que tem a ver com a valorização do uso do automóvel na cidade”. Parte-se do princípio que “o automóvel deve ser privilegiado em termos de circulação”. O Bloco de Esquerda, pelo contrário, considera que “a falta de qualidade do ar, o excesso de ruído, o facto de a saúde das pessoas estar a ser afetada, significam que é preciso inverter esta forma de pensar” que seria “um modelo ainda do século anterior”. A mudança deve ir no sentido de “procurar novas formas de fazer com que as pessoas se desloquem na cidade de Braga, utilizando a bicicleta, os transportes públicos, a mobilidade a pé com tranquilidade. Até porque estamos numa cidade em que os níveis de sinistralidade são muito elevados e isso é uma preocupação”.

Com o debate a passar também pela proposta de Ricardo Rio de implementar o sistema de Bus Rapid Transport, ou metrobus, a candidata bloquista contrapôs que o modelo de transportes coletivos que existe ainda não foi “desenvolvido na sua plenitude a ponto de poder vir a ser substituído por algo que não tem escala para Braga”. Trata-se de medidas “propagandisticas” quando “era importante haver transportes gratuitos para as pessoas”, que “a BragaHabite tenha mais dinheiro para poder ajudar as pessoas em termos de habitação” e “reabilitar os edifícios em Braga”.

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