Fernando Ulrich queixou-se que os lucros do BPI foram afetados devido à subida das provisões para imparidades de crédito, que cresceram de 107,7 milhões de euros para 213,4 milhões de euros, por causa da degradação da situação económica.
Segundo a Lusa, Fernando Ulrich frisou na conferência de imprensa que “são quase todas provisões para crédito”, especificando que "as evoluções negativas são sobretudo de crédito a empresas e também na habitação, mas em valores normais e comportáveis". Segundo o banqueiro, o BPI tem 152 milhões de euros em imóveis, resultantes de processos de recuperação de crédito, e, para fazer face à eventual desvalorização dos mesmos, constituiu uma provisão de 59 milhões de euros.
Apesar da subida das imparidades, o banco teve nos primeiros nove meses do ano 117,1 milhões de euros de lucros, mais 15,3% do que em igual período de 2011.
Para estes lucros contribuíram significativamente os 222 milhões de euros ganhos em operações financeiras, que representam um aumento de 46,2% em relação ao período homólogo de 2011.
Fernando Ulrich diz que o banco que lidera aproveitou para comprar dívida portuguesa "com grandes descontos" e estas operações traduziram-se num lucro que aparece registado nas operações financeiras, escusando-se a divulgar os ganhos com as operações com títulos da dívida pública portuguesa.
O banqueiro revelou também que, nos primeiros nove meses de 2012, o BPI eliminou 64 postos de trabalho. Desde 2008, o banco já eliminou 1.172 postos de trabalho nas sua operações em Portugal.
O presidente do banco, que lucrou imenso com as operações com a dívida portuguesa, aproveitou ainda a conferência de imprensa para louvar a política governamental e criticar o Tribunal Constitucional, por ter considerado inconstitucionais os cortes a pensionistas e funcionários públicos.
Na sua pressão sobre o Tribunal Constitucional, Fernando Ulrich clamou mesmo que teme a possibilidade de haver uma “ditadura do Tribunal Constitucional”, afirmando que “na Itália existiu uma ditadura dos juízes e agora passaríamos a ter uma ditadura do Tribunal Constitucional”.