Esta segunda-feira, o presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, afirmou em conferência de imprensa que as pessoas não devem “ver o mundo com tanto ódio”, nomeadamente no que respeita à forma como encaram os lucros dos bancos.
O banqueiro aproveitou o momento em que anunciou os lucros obtidos pelo BPI em Portugal, de 444 milhões de euros em 2023, mais 86% do que em 2022, para lamentar a existência de quem encara o crescimento dos ganhos da banca de forma negativa, fazendo uma “diabolização do banqueiro”.
“É injusto haver uma ideia de que os bancos não tenham tido um contributo positivo para o pais, para as famílias e para as empresas”, frisou, acrescentando que “os lucros não fazem dos bancos entidades parasitas”.
Sobre as atualizações salariais dos seus trabalhadores, João Pedro Oliveira e Costa esclareceu que as mesmas ainda estão a ser negociadas com os sindicatos. Ainda assim, lembrou que “a inflação esperada é de 2,4%”. As estruturas sindicais, que reivindicaram aumentos de entre 5,8% e 6%, já assinalaram ser indecoroso o que a banca, incluindo o BPI, propôs numa primeira ronda de negociações.
Novo Banco soma lucros e quer distrbuir dividendos
Em entrevista ao Expresso, o presidente executivo do Novo Banco, instituição que, na semana passada, anunciou ter arrecadado lucros de 743 milhões de euros em 2023, desabafou sobre a pedra no seu sapato.
Depois de beneficiar do aumento dos juros que tanto pesam dos bolsos das famílias em Portugal, e de ter conseguido amealhar lucros tão elevados, Mark Bourke gostaria de se ver livre do bloqueio que o impede de distribuir dividendos aos acionistas. Esse travão, que, segundo o banqueiro, também condiciona a estreia do Novo Banco em bolsa, está previsto no acordo de capitalização entre este banco, a Lone Star e o Fundo de Resolução, ao abrigo do qual o Novo Banco recebeu 3,4 mil milhões de euros.