Bolsonaro exonera responsável por vigiar avanço da desflorestação na Amazónia

15 de julho 2020 - 12:12

Depois do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais tornar públicos os dados sobre a evolução da desflorestação na Amazónia, que atingiu novos máximos, Bolsonaro exonerou a sua coordenadora-geral.

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Imagem aérea de queimadas na Área de Proteção Ambiental Jamanxim na cidade de Novo Progresso, Estado do Pará. (Foto Victor Moriyama Greenpeace)
Imagem aérea de queimadas na Área de Proteção Ambiental Jamanxim na cidade de Novo Progresso, Estado do Pará. (Foto Victor Moriyama Greenpeace)

No passado dia 9 de julho, o departamento Observação da Terra do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil, publicou os dados com a evolução da desflorestação da Amazónia. Esta segunda-feira, Bolsonaro exonerou a coordenadora-geral, Lubina Vinhas.

Os mais recentes dados do INPE confirmaram mais uma vez que o avanço da desflorestação da Amazónia continua a crescer, batendo todos os recordes de destruição da floresta há catorze meses consecutivos.

O mês de junho de 2020 registou o maior número de quilómetros quadrados destruídos num único mês, tendo crescido 10% em relação ao mesmo mês de 2019. No início de julho de 2020, o INPE registou o maior número de queimadas em 13 anos, bem como 2.248 focos de incêndio por toda a floresta.

Segundo a agência Deutsche Welle Brasil, quando considerados os seis primeiros meses de 2020, a desflorestação aumentou 25% em relação ao mesmo período do ano passado, para 3.069 quilómetros quadrados.

Após a exoneração de Vinhas, o secretário-executivo da rede Observatório do Clima, Marcio Astrini, alertou para a tentativa de intervenção de Bolsonaro no INPE. "Não é segredo para ninguém desde o ano passado que o governo deseja intervir no Inpe. A demissão ruidosa de Ricardo Galvão impediu isso, mas a exoneração de Lubia Vinhas pode ser um indicativo de que o plano nunca foi abandonado. Que isso ocorra em plena aceleração do desmatamento, quando o governo precisa conter ameaças de desinvestimento, é sinal de que Bolsonaro parece estar tratando as preocupações do agronegócio e dos investidores como trata as dos brasileiros aterrorizados pelo coronavírus", disse Marcio Astrini, em comunicado citado pela agência Deutsche Welle Brasil.

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