Bloco critica remunerações nas chefias da TAP

08 de março 2011 - 13:43

Francisco Louçã, condenou esta segunda-feira a "distorção" das remunerações nos cargos de chefia da TAP e de outras empresas públicas", em linha com a "mentira enorme" da "repartição dos sacrifícios".

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Louçã: "O Presidente da República toma posse na próxima quarta-feira e durante os cinco anos do mandato para o qual foi eleito para Presidente por todos os portugueses, vai receber o que o presidente da TAP recebe".

"O Presidente da República toma posse na próxima quarta-feira e durante os cinco anos do mandato para o qual foi eleito para Presidente por todos os portugueses, vai receber o que o presidente da TAP recebe. Há, portanto, uma distorção enorme nos cargos de chefia da TAP, como doutras empresas públicas, com esta mentira enorme que é a repartição dos sacrifícios", afirmou Louçã aos jornalistas.

O coordenador da Comissão Política do Bloco esteve esta segunda-feira reunido com a comissão de trabalhadores da TAP, na sequência de contactos previstos com representantes dos trabalhadores de empresas públicas que poderão ser privatizadas.

Louçã foi confrontado com a notícia do Diário Económico, segundo a qual a TAP aumentou pelo menos 15 cargos de chefias em Janeiro em subsídios de funções em terra, nalguns casos até 75,6 por cento.

"Resta esclarecer do que é que se trata. Se se trata simplesmente do valor de cartões de crédito que foram agora somados aos salários percebemos o que era a folga que existia nos cargos de chefia desta empresa", disse Louçã.

O dirigente do Bloco sublinhou que aos trabalhadores da transportadora aérea "vai ser cortada uma parte do subsídio de Natal e do subsídio de férias", numa "punição contra os trabalhadores feita em nome de uma injustiça de administrações que se fazem a si próprias como Midas".

"É talvez essa desigualdade na sociedade portuguesa que tanta indignação cria", acrescentou.

Bloco tem reunido com representantes de trabalhadores das empresas que Governo quer privatizar

Os encontros que Francisco Louçã tem previstos com representantes dos trabalhadores de empresas públicas destinam-se a "conhecer em profundidade o que se está a passar em empresas estratégicas e, em particular, em empresas que vão ser privatizadas, ou cuja privatização é ameaçada".

"A privatização, a destruição do interesse estratégico nacional aumenta o défice e vamos pagar em impostos aquilo que perdemos em capacidade de melhorar a nossa economia", argumentou.

Para Louçã, se a situação é "tão difícil" era preciso haver "coragem para tomar medidas com justiça económica e com clareza do ponto de vista orçamental", contestando este "efeito de dominó, de perdas atrás de perdas, que temos vindo a identificar em tantas empresas, dos transportes aéreos, dos caminhos de ferro, em empresas como a EDP, do sector da electricidade, ou outras, que são decisivas para o país e que estão a ser destruídas".

 

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