Depois dos sindicatos belgas de logística dos aeroportos terem decidido recusar manusear material militar destinado à guerra na Palestina, agora é a vez dos estivadores do porto de Barcelona tomarem posição contra a guerra. O sindicato maioritário, a Organização de Estivadores Portuários de Barcelona, decidiu, numa assembleia do comité da empresa, “não permitir a atividade de barcos que contenham material bélico”.
Na prática isto implica o compromisso de não carregar, descarregar ou facilitar as tarefas de qualquer navio que contenha armas.
De acordo com o sindicato, a decisão é uma forma de “proteger a população civil, seja de que território for”, realçando-se que não estão a tomar lado em nenhum conflito, apenas defendem o cessar-fogo e a distribuição de ajuda humanitária. A defesa “com veemência” da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a “rejeição absoluta de qualquer forma de violência” também são invocadas. Já em 2011, estes trabalhadores tinham feito um boicote do mesmo género no contexto da guerra da Líbia.
Comunicat oficial del sindicat d'estibadors de Barcelona #StopWarCrimes #palestina #Gaza @SoyCoordinadora pic.twitter.com/EfjHUsKpH2
— OEPB (@CoordinadoraBCN) November 6, 2023
Como não têm “capacidade de saber o que há nos contentores, fizeram saber ao El Diário, apelam às ONGs que partilhem informações sobre envios de armas a partir deste porto. O mesmo jornal informa que o governo espanhol assegurou que não prevê exportar armas letais para Israel que possam ser utilizadas em Gaza mas, em sentido contrário, só em 2023, Espanha já comprou 300 milhões de euros em material bélico àquele país, tendo já compromisso de gastar 700 milhões nos próximos anos.