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Ativistas querem bloquear Praça do Aeroporto de Lisboa porque "a nossa casa está a arder"

O movimento pela justiça climática volta a sair à rua no dia 22 de Maio com a ação "Em Chamas" para exigir menos aviões, mais ferrovia e uma transição justa para os trabalhadores. Será uma "ação pacífica de desobediência civil em massa".
Ambientalistas foram esta quinta-feira ao Ministério das Infraestruturas e Habitação entregar as suas reivindicações.
Ambientalistas foram esta quinta-feira ao Ministério das Infraestruturas e Habitação entregar as suas reivindicações.

Está marcada para o próximo dia 22 de Maio a ação "Em Chamas", que pretende ocupar a Praça do Aeroporto, também conhecida por Rotunda do Relógio, "de forma pacífica, numa ação de desobediência civil em massa".

Esta ação serve para os ambientalistas apresentarem oito reivindicações pelo decrescimento rápido da aviação, transição justa para os trabalhadores e criação, em alternativa, de mais ferrovia, entre as quais: a proibição da construção de novos aeroportos; a garantia de rendimento, emprego e requalificação para o setor de mobilidade sustentável para todas as pessoas do setor da aviação; e um plano de eletrificação total e extensão da ferrovia em Portugal a todas as capitais de distrito nos próximos três anos.

Estas reivindicações foram entregues na passada quinta-feira no Ministério das Infraestruturas e Habitação a um adjunto do Ministro Pedro Nuno Santos, que foi informado no local de que o protesto poderá ser desconvocado se pelo menos metade das reivindicações de cada pilar forem aceites através de compromissos escritos oficiais.

Diogo Silva, porta-voz do protesto, explica as suas razões: "Ao mesmo tempo que a Ciência e os critérios de justiça social nos dizem que Portugal precisa de cortar as suas emissões de gases com efeito de estufa em 74% até 2030, o Governo mostra a sua hipocrisia ao prometer reduzir emissões aumentando-as, através da aviação".

Para ele, “a nossa casa está a arder” e “as pessoas menos responsáveis são as primeiras a sufocar”. Sendo que “o plano do Governo é ligar o fogão em vez de apagar o fogo".

Os ambientalistas querem, acrescenta, “resgatar os trabalhadores e resgatar o planeta em simultâneo, porque tentar recuperar a normalidade na aviação é garantir o colapso climático - a Ciência é totalmente clara quanto a isso e o custo social e ambiental previsto é inadmissível para qualquer pessoa que se preocupe minimamente com a dignidade da vida".

A ação "Em Chamas" foi convocada no fim do 6º Encontro Nacional pela Justiça Climática e construída em assembleias de ação, sendo "aberta a todas as pessoas, com ou sem experiência", refere a organização. É regida por um “Consenso de Acção” que funcionará como código de conduta durante o protesto e contará ainda com duas formações abertas a qualquer pessoa que queira preparar-se para a ação.

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