Ativistas param o trânsito de Lisboa

27 de junho 2013 - 11:45

Precários Inflexíveis, Artigo 74 e outros coletivos e movimentos fizeram um piquete na Praça Duque de Saldanha, que parou o trânsito numa parte importante da cidade de Lisboa durante cerca de meia hora.

PARTILHAR
A reação dos automobilistas obrigados a parar foi bastante positiva. “Nós distribuímos comunicados, e as pessoas no início nem, buzinaram". Foto do Facebook dos Precários Inflexíveis

Ativistas dos Precários Inflexíveis, do Artigo 74, de organizações como a associação de estudanets do ISCTE, o SOS Racismo, a UMAR, os Panteras Rosa pararam o trânsito na manhã desta quinta-feira no Saldanha, em Lisboa.

Segundo Inês Tavares, estudante do movimento Artigo 74, a ação tinha como objetivo parar o trânsito numa parte importante da cidade. “Uma greve geral significa parar a produção, e por isso nós quisemos ajudar a parar a cidade, ou pelo menos um dos seus centros financeiros”, disse ao Esquerda.net. Por outro lado, explicou, “sabemos que há muitos trabalhadores que recebem dinheiro dos patrões para se deslocarem de táxi e não terem a desculpa da ausência de transportes para não ir trabalhar. A nossa ação visava dar uma ajuda a esses trabalhadores, na sua maioria precários”. Num comunicado distribuído, as organizações que organizaram o piquete recordam que “hoje, três em cada cinco trabalhadores são precários ou desempregados e a cada dia são destruídos pela política de austeridade cerca de mil postos de trabalho. Nos últimos dois anos mais de 200 mil pessoas tiveram de sair do país, procurando nesse exílio a solução para a falta de emprego”.

A ação durou cerca de meia hora, e a reação dos automobilistas obrigados a parar foi bastante positiva. “Nós distribuímos comunicados, e as pessoas no início nem, buzinaram. Ao fim de algum tempo começaram alguns a buzinar e outros a inverter a marcha, mas não foi nada de agressivo. Se não houvesse apoio, as coisas seriam muito diferentes”, comenta Inês Tavares.

Para a ativista, faz todo o sentido que os estudantes participem de todas as ações de apoio à greve geral, porque todos os principais problemas do Ensino são provocadas pela política de austeridade do governo. “As propinas, a redução das bolsas e dos serviços sociais, os estudantes que são forçados a abandonar os estudos por falta de dinheiro”, enumera. Por isso os estudantes têm todo o interesses em ajudar a construir uma grande greve geral.

O Artigo 74 – Pelo direito à Educação é um coletivo de estudantes que nasceu na sequência do apoio à greve geral – Estudantes Pela Greve Geral. O seu lema é: "Se não nos deixam sonhar, não os deixaremos dormir."

A polícia de trânsito, que chegou entretanto, nem procurou dialogar com os ativistas. Ficaram à espera de reforços. “Quando o corpo de intervenção chegou, a ação já tinha acabado, por isso não houve qualquer problema”, informou a ativista.