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Arquivo do Diário de Notícias passa a ser tesouro nacional

A luta iniciada há dois anos por um grupo de cidadãos, entre os quais o historiador Fernando Rosas e Jorge Sampaio, foi bem sucedida. Salvaguarda-se assim um património único construído desde 1864.
Capa do Diário de Notícias no dia da proclamação da República.
Capa do Diário de Notícias no dia da proclamação da República.

Dois anos depois de um grupo de cidadãos ter enviado à Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas um pedido de classificação urgente do arquivo do Diário de Notícias “como património arquivístico protegido, com vista à sua salvaguarda, organização e futuro acesso público”, o Conselho de Ministros decidiu declará-lo esta quinta-feira “bem arquivístico de interesse nacional”, equiparando-o a tesouro nacional

Estes cidadãos, com Fernando Rosas como porta-voz e com a participação de elementos de vários setores entre os quais historiadores como Pacheco Pereira e Irene Pimentel, os ex-presidentes Jorge Sampaio e Ramalho Eanes, escritores como Francisco José Viegas e José Luís Peixoto e jornalistas como Adelino Gomes, Diana Andringa e José Pedro Castanheira, fizeram então o apelo dada a “excecional relevância histórica, cultural e cívica do acervo documental” e os “riscos de extravio, deterioração e até destruição que neste momento o espreitam”.

O arquivo do DN abrange milhões de documentos e fotos de valor histórico único que retratam o período entre 1864 e 2003. Nele constam artigos originais de Victor Hugo, Eça de Queirós, Ramalho Ortigão e de D. Carlos e ilustrações de Rafael e Columbano Bordalo Pinheiro, de Stuart Carvalhais e de Almada Negreiros. Passam a ficar protegidos os “bens arquivísticos e fotográficos custodiados, atualmente, pela empresa Global Média Group”, o arquivo administrativo,  “o arquivo da redação”, “dossiers temáticos, recortes de imprensa, recortes de censura, desenhos originais de inúmeras individualidades” e também “património de natureza fotográfica incluindo “negativos de gelatina e sal de prata em vidro e em película, chapas de vidro históricas, provas em papel preto e branco e cor, bobines de microfilme e documentos eletrónicos”.

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