25 de Abril

Apesar de Moedas, o povo vai ao Carmo cantar a Grândola

22 de abril 2024 - 17:19

O Abril é Agora denunciou que o tradicional Arraial dos Cravos, no Largo do Carmo, não se pode realizar por falta de apoio do executivo da autarquia lisboeta. Mas o apelo à participação continua para a noite de 24 de abril.

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O Largo do Carmo no 25 de Abril de 1974 e no Arraial dos Cravos
Publicação do Abril é Agora a apelar à participação no dia 24 de abril no Largo do Carmo

Nas suas redes sociais, o Abril é Agora comunicou esta segunda-feira que “por falta de apoio da CML, o nosso Arraial não pode avançar nos moldes habituais”. Mas o grupo decidiu não desmobilizar e apela “a todas as organizações e coletivos comprometidos com este evento, assim como a toda a população de Lisboa” a juntar-se no Largo do Carmo na noite de 24 de abril.

A 16 de abril passado, a organização tinha já indicado que “por motivos de força maior” o Arraial dos Cravos já não seria no Largo do Carmo e tinha passado para o Largo Camões. O Abril é Agora acabou depois por manifestar “muita tristeza” por “nos vemos forçados a cancelar o Arraial dos Cravos em Lisboa”. Mais tarde divulgou a intenção de “tomar o Carmo” e que “nos 50 anos do 25 de Abril, cantaremos a Grândola nas ruas como sempre”.

Sem acrescentar pormenores, Carlos Moedas escreveu na sua conta da rede social X que “é falso que a CML não apoie o Arraial dos Cravos”. Diz ainda que “desde o primeiro contacto, disponibilizámo-nos para ajudar a que esta iniciativa se realizasse” e “continuamos disponíveis para encontrar soluções” sem ficar claro sobre o que escreve.

Em resposta, a Abril é Agora lembra que a resposta que lhe foi dada a 12 de abril pelo secretário-geral da CML foi que "a CML não tem possibilidade de apoio, nem financeiro, nem logístico, como solicitado" e que em seguida informou a Câmara que se a posição do executivo não se alterasse até à passada sexta-feira o arraial seria cancelado.

"Este ano, mesmo sem Arraial dos Cravos, o Carmo transbordrá de alegria, mais que nunca. A partir das 21h30 lá estaremos, com o Zeca, a Grândola e toda a gente que já decidiu que não precisa de apoio para tomar as ruas em abril".

“A revolução não pediu autorização”

Entretanto, igualmente nas redes sociais, são vários os apelos que começam a surgir para que o povo se junte nesse dia porque “a revolução não pediu autorização”.