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APA dá razão à Zero na percentagem de resíduos urbanos recolhida

A Agência Portuguesa do Ambiente confirmou à associação ambientalista que no ano de 2018 a percentagem de embalagens e plástico nos resíduos urbanos recicladas chegou aos 15%, bem longe dos 44% anunciados pelo ministro Matos Fernandes.
Foto de Gilberto Santa Rosa/Flickr

A Zero tinha alertado em fevereiro que Portugal apenas reciclava 72 mil toneladas das 600 mil toneladas produzidas, ou seja, um total de 12%. Esta posição teve a oposição do ministro do Ambiente e Ação Climática, Matos Fernandes, que considerava que a recolha de embalagens para reciclagem se cifrava nos 44%.

Em declarações à Lusa, o ministro referia que “em 2018 foram introduzidas 163 mil toneladas de embalagens de plástico no mercado. Dessas foram recolhidas para reciclagem 72 mil toneladas, dá 44%, esse é o valor que temos para 2018".

No entanto, em comunicado divulgado hoje pela Zero, os dados Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sublinham o que já tinha sido elencado pela associação ambientalista.

No comunicado pode ler-se que “com efeito, segundo dados fornecidos pela APA à Zero, em 2018 foram parar aos resíduos das nossas casas 478 mil toneladas de embalagens de plástico, das quais, de acordo com a Sociedade Ponto Verde, apenas 72 mil foram recicladas, o que corresponde a uma taxa de reciclagem de 15%”.

Continuam indicando que “a Zero espera que o Ministério, se porventura responder a esta carta, não venha de novo repetir que só existem 163 mil toneladas de embalagens de plástico nos resíduos urbanos e dizer que a diferença para as 478 mil é devida a materiais que estão incrustados nos plásticos quando se faz a caracterização dos resíduos urbanos”, referindo que ainda espera por uma resposta do Ministério desde fevereiro.

A Zero mostra-se, no entanto, satisfeita com o despacho de Inês dos Santos Costa e de João Neves, respetivamente secretária de Estado do Ambiente e Secretário de Estado da Economia, que determina a realização de um estudo por parte das entidades gestoras sobre a quantidade de embalagens nos resíduos urbanos, a concluir até  setembro.

Os ambientalistas acrescentam que a APA “confirma a existência de muito mais embalagens de plástico nos resíduos urbanos (478 mil toneladas) do que as que foram publicamente referidas pelo ministro (168 mil toneladas) e que indicavam que as embalagens de plástico eram apenas 3% dos resíduos das nossas casas, o que não faz sentido”.

No mesmo documento que a APA facultou à Zero foi analisada a totalidade de resíduos urbanos em 2018, que chegou às 5,2 milhões de toneladas, com a quantidade de embalagens de plástico a ascender às 478 mil toneladas, o que corresponde a apenas 9,2% do total.

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