Centenas de participantes numa manifestação em Luanda não conseguiram este sábado chegar ao destino que tinha sido programado. Depois de partirem do cemitério da Santa Ana, voltaram a defrontar-se com quatro barricadas policiais tal como tem acontecido em situações anteriores. A polícia bloqueou o acesso à avenida para onde se dirigiam para ser lido um manifesto, desta feita sem intervenção violenta.
A organização, escreve o Novo Jornal de Angola, agradeceu aos participantes “por não cederem à provocação das autoridades”. A manifestação seguia ao som da música "Povo no Poder" do falecido rapper moçambicano Azagaia.
Este é o terceiro sábado consecutivo em que há protestos na capital angolana contra o aumento do preço dos combustíveis e dos transportes privados.
À RFI, alguns dos ativistas criticaram a atuação policial mas prometem que vão continuar. Tanaice Neutro afirmou que “mais uma vez, a Polícia Nacional mostrou que não é uma polícia republicana. É uma polícia que cumpre ordens superiores”. Enquanto Geraldo Dala explicou que o está em causa mais imediatamente é o decreto que autoriza o aumento de preço dos combustíveis. Exigiu também a libertação de outro ativista, Osvaldo Caholo, acusado de “incitação à violência, rebelião e apologia pública ao crime”. Dala contrapõe que “Caholo não cometeu crime nenhum”, ao mesmo tempo que acrescentou: “esses comandantes andam a matar pessoas”.
As manifestações deverão voltar no próximo fim de semana mas haverá outras ações entretanto. Para esta segunda-feira e na quarta-feira está prevista uma paralisação geral de táxis.