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Ambientalistas bloqueiam entrada de centro de investigação da Repsol em Madrid

A polícia deteve trinta ativistas, incluindo cinco do coletivo Climáximo. A ação da plataforma Rebelión por el Clima teve como lema "Repsol, liderando o caminho para fritar o planeta".
Protesto dos ambientalistas na Repsol em Madrid - Foto Climaximo

Em comunicado, o Climáximo assinala que a ação de desobediência civil da plataforma Rebelión por el Clima denuncia a responsabilidade da Repsol na crise climática e apela a que as suas atividades com combustíveis fósseis terminem o mais rapidamente possível. A ação integra-se numa “onda de rebelião pelo clima”, que começou a 5 de junho e prosseguirá também durante o mês de julho no Estado Espanhol.

Os ativistas bloquearam o acesso ao Repsol Technology Lab, o centro de investigação tecnológica da Repsol em Móstoles (Madrid). Segundo o Climaximo, é “neste tipo de centros e a partir dos departamentos de inovação da empresa que se desenvolvem as novas tecnologias controversas ligadas aos combustíveis fósseis”. O coletivo ambientalista refere que, durante a ação, “as ativistas acederam ao telhado das cancelas da entrada para a sede enquanto outras bloquearam-se com tubos metálicos a três tripés de cinco metros colocados à frente da entrada. Além disso, um cordão humano de dezenas de pessoas foi implantado em toda a área”.

Repsol, líder em emissões, soluções falsas, extrativismo e especulação

O Climáximo assinala que, depois do encerramento de algumas centrais elétrica a carvão, a Repsol tornou-se a empresa espanhola que emite mais gases com efeito de estufa (11.290.294 toneladas de CO2eq em 2020), pelo que é a que mais contribui para o aquecimento global.

“As ativistas acederam ao telhado das cancelas da entrada, outras bloquearam-se com tubos metálicos a três tripés de cinco metros colocados à frente da entrada. Um cordão humano de dezenas de pessoas foi implantado em toda a área” - Foto Climaximo
“As ativistas acederam ao telhado das cancelas da entrada, outras bloquearam-se com tubos metálicos a três tripés de cinco metros colocados à frente da entrada. Um cordão humano de dezenas de pessoas foi implantado em toda a área” - Foto Climaximo

A plataforma Rebelión por el Clima denuncia também que a Repsol “desenvolve novas tecnologias controversas, tais como hidrogénio fóssil, captura de carbono, combustíveis sintéticos, biocombustíveis ou projectos insustentáveis de hidrogénio verde, cuja viabilidade económica, energética e ambiental é altamente questionável”.

Os ambientalistas denunciam também que a Repsol, com forte presença na América Latina e na Áfria, promove a pilhagem e o extrativismo dos recursos energéticos, com graves impactos ambientais, violando direitos humanos e direitos das populações.

A Repsol tenta ainda absorver parte dos Fundos europeus Next Generation, destinados à recuperação económica da Covid-19, sem assumir qualquer compromisso climático, ambiental ou social.

"Encontramo-nos numa encruzilhada climática sem precedentes. Enquanto sociedade civil somos forçados a continuar a lutar pela justiça. As empresas responsáveis pela crise climática, como a Repsol, não podem ficar impunes. Continuaremos a protestar até alcançarmos justiça climática e justiça social", declaram os activistas da plataforma Rebelión por el Clima.

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