A partir de 2022 não haverá centrais nucleares a funcionar na Alemanha, anunciou o ministro do ambiente, Norbert Rottgen. A decisão foi tomada na sequência do desastre nuclear da central de Fukushima, no Japão, e reverte uma decisão do governo Merkel de 2010.
Em 1998, o governo social-democrata de Gerhard Schröder decidira o encerramento das centrais em fases, até à total desactivação em 2020. Mas a sua sucessora Angela Merkel alterou, no ano passado, esta decisão, admitindo que algumas das 17 centrais do país funcionassem mais tempo, atrasando em cerca de 12 anos o “apagão nuclear”.
Depois do acidente de Fukushima, porém, Merkel acabou por anunciar uma revisão desta política e ordenou a imediata suspensão de operações em sete centrais mais antigas.
Agora, o governo garante que não haverá mais reviravoltas nas decisões sobre o nuclear. “É definitivo. Não haverá cláusulas de revisão”, disse o ministro. As sete centrais que tiveram a actividade suspensa após o terramoto no Japão não voltarão a funcionar, com excepção de uma que será mantida em stand-by, para o caso de ser necessária energia extra em dias de muito frio.
Os três últimos reactores nucleares, os mais novos, serão utilizados até 2022.
A Alemanha terá de encontrar até 2022 uma forma de produzir 22% da sua energia eléctrica, que actualmente é assegurada pelas centrais atómicas.
"Não se trata apenas de saber como sairemos da energia nuclear, mas também a que velocidade, e com que ambição, ingressamos nas energias renováveis", observou Claudia Roth, dirigente dos Verdes.