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Acordo com unionistas abre nova frente de críticas a May

A primeira-ministra britânica fechou o acordo que lhe garante o apoio dos unionistas ao seu governo minoritário, em troca de um financiamento de mais de mil milhões de libras nos próximos dois anos à Irlanda do Norte. Escócia e Gales dizem que favorecimento é “escandaloso”.
Acordo entre unionistas e conservadores foi assinado esta segunda-feira.

O acordo garante o voto dos dez deputados unionistas do DUP nas moções de confiança, orçamentos e outra legislação essencial à manutenção do governo de Theresa May, enfraquecido após perder a maioria absoluta nas eleições deste mês.

Em troca, Arlene Foster conseguiu um aumento do financiamento em infraestruturas físicas e digitais que ultrapassará a fasquia dos mil milhões de libras nos próximos dois anos. Falando à porta do nº 10 de Downing Street, a líder dos unionistas afirmou a sua satisfação com o acordo alcançado.

O mesmo não se passará com outras regiões do Reino Unido que se queixam de subfinanciamento crónico por parte do governo central. O primeiro-ministro de Gales, Carwyn Jones, afirmou ao Guardian que o acordo é inaceitável e serve apenas para “manter uma primeira-ministra fraca e um governo débil em funções”.

“É escandaloso que a primeira-ministra ache que pode assegurar o seu próprio futuro político atirando dinheiro para a Irlanda do Norte enquanto ignora completamente o resto do Reino Unido”, acrescentou o líder do governo de Gales.

Também o líder parlamentar dos nacionalistas escoceses (SNP) no parlamento inglês não poupou nas críticas ao acordo agora anunciado. “Os conservadores andam há anos a cortar orçamentos e serviços, mas de repente encontraram a árvore mágica do dinheiro para os ajudar a manterem-se no poder”, disse Ian Blackford, referindo-se à propaganda dos candidatos conservadores, que na campanha eleitoral perguntavam à oposição se tinham encontrado a “árvore mágica do dinheiro” para financiar as suas propostas.

Corbyn diz que acordo “não foi feito no interesse nacional”

O líder trabalhista, que pela primeira vez aparece à frente das sondagens, também criticou o acordo assinado esta segunda-feira em Londres. “Os cortes nos serviços públicos essenciais devem parar em todo o Reino Unido, não apenas na Irlanda do Norte”, afirmou Jeremy Corbyn, citado no Independent.

“É evidente que este acordo não foi feito no interesse nacional, mas no interesse do partido de May em agarrar-se ao poder”, prosseguiu o líder trabalhista, acrescentando que o governo deve responder a duas questões: “De onde vem o dinheiro para o acordo? E irão todas as regiões do Reino Unido receber o financiamento adicional tão necessitado que a Irlanda do Norte receberá com este acordo?”, questiona Corbyn.

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