Nesta terça-feira à noite, depois de quatro horas de audição da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, na comissão parlamentar de inquérito aos swaps, todos os partidos da oposição frisaram que a ministra faltou à verdade na primeira audição, a 25 de junho.
A deputada Ana Drago do Bloco de Esquerda acusou a ministra de ter tido uma “estratégia deliberada de dizer que lhe foi ocultada informação” e, com isso, ter tentado “enganar a comissão de inquérito" na primeira audição.
João Galamba do PS considerou que "a ministra das Finanças faltou à verdade ao dizer que o governo anterior não tinha referido nada na transição de pastas" e o deputado Rui Sá do PCP frisou ainda que "quem falta à verdade na comissão de inquérito não reúne condições para continuar no governo" e “não pode continuar a ocupar o cargo de ministra das Finanças".
Entretanto, em entrevista à RT1, o atual presidente da Câmara do Porto, eleito por uma coligação PSD/CDS-PP, considerou que Maria Luís Albuquerque é o “elo mais fraco” e “uma pedra no sapato” do governo. Considerando que alguém “que não diz a verdade toda” no parlamento não deve ser ministra das Finanças, Rui Rio disse que "se fosse primeiro-ministro", Maria Luís Albuquerque "evidentemente não seria ministra das Finanças".
O presidente da Câmara do Porto revelou também que a Junta Metropolitana do Porto, de que também é presidente, alertou Maria Luís Albuquerque para os contratos 'swap' na Metro do Porto e ela, "pura e simplesmente", não respondeu.
Rui Rio considerou ainda que o CDS-PP saiu “reforçado” na remodelação governamental e que isso “é o preço que o governo pagou por manter a ministra das Finanças”.