Francisco Louçã e Ana Drago reuniram nesta segunda feira com a direcção do SPGL (Sindicato dos Professores da Grande Lisboa). Com esta reunião, os dirigentes do Bloco procuraram conhecer as condições de mobilização para a manifestação de 19 de Março da CGTP e da “grande iniciativa” que os professores realizam uma semana antes, dia 12, em defesa do ensino público e da qualidade da escola pública.
Questionado pela agência Lusa sobre como recebeu o anúncio pelo PCP do voto favorável à moção de censura do Bloco de Esquerda ao Governo, Francisco Louçã afirmou: "Creio que é preciso uma esquerda mais forte, mais diversa e mais capaz de combater pelo salário, pelo emprego e contra a precariedade. Por isso, acolho esta decisão com toda a simpatia".
Depois de considerar que a direita vai-se abster na votação da moção de censura, pois está a apoiar o Governo e "quer jogar nas piores políticas de desemprego e desagregação social", Francisco Louçã afirmou:
"O mês de Março vai ser um mês de mobilização, de muita resposta, e esse é exactamente o sentido da moção de censura do Bloco de Esquerda: provar que o país se pode levantar contra a economia do desespero, a favor do emprego, contra a precariedade, em respostas consistentes contra a pressão externa e contra a pressão interna do aumento do desemprego e das dificuldades".
Sobre as críticas de Sócrates a quem “mostra azedume quando os números são bons”, Francisco Louçã respondeu: “Na verdade, aos funcionários públicos a quem se retirou os salários e que por isso o Estado poupou ao prejudicar as pessoas, percebe-se bem que o primeiro-ministro continue esta maledicência dos serviços públicos, este ataque fundamental à função que um Estado social tem que ter para tornar mais igual, mais desenvolvido e mais justo um país que tem tantas dificuldades”. O dirigente do Bloco acrescentou ainda: “No fim do dia, o que conta é isto: Os trabalhadores têm menos salários, pagam mais impostos, têm mais dificuldades, não têm abono de família, têm menos apoios sociais, os empregados têm menos subsídio de desemprego e estas contas são números que são pessoas sofridas. São pessoas que vivem uma dificuldade cada vez maior”.