“Governo começou prometendo emprego e acaba prometendo desemprego”

05 de março 2011 - 19:21

Em Paredes, Francisco Louçã acusou a ministra do Trabalho de, em aliança com o PSD, estar a preparar um acordo do patronato para facilitar o despedimento e que vai acelerar as dificuldades da economia portuguesa.

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André Moreira, presidente da associação de estudantes da Escola Secundária de Paredes - Foto de Paulete Matos

Neste sábado, num almoço promovido pelo Bloco de Esquerda em Paredes, Francisco Louçã afirmou: “O Governo foi eleito prometendo 150 mil postos de trabalho. Agora, seis anos depois, aquilo que propõe é que o trabalhador desconte para um fundo para financiar o seu próprio despedimento ou o despedimento do seu colega do lado. Começou prometendo emprego e acaba prometendo desemprego”. Antes do dirigente do Bloco intervieram Albano Esteves Martins, candidato do Bloco à Câmara de Paredes, André Moreira, presidente da associação de estudantes da Escola Secundária de Paredes e Paulo Teles, que foi candidato à Câmara de Penafiel pelo Bloco de Esquerda.

O coordenador da comissão política do Bloco sublinhou que o retrato da política que nos governa é “a aliança entre o PS e o PSD que se formou no Governo, no orçamento, nas políticas económicas e que a ministra do Trabalho hoje veio reafirmar, pedindo que na próxima semana já possa levar ao Conselho Europeu a garantia de que há um acordo do patronato e de quem quiser apoiar a ideia de facilitar o despedimento”.

Por isso, disse Louçã, o Bloco de Esquerda apresentou uma moção de censura: “Ela pretende dizer simplesmente à sociedade que não fechamos os olhos perante aquilo que se está a passar, que assumimos responsabilidade pelo combate pelo emprego”.

O dirigente do Bloco criticou também José Sócrates por dizer que defende o Serviço Nacional de Saúde, mas simultaneamente “vai entregar a gestão do Hospital de Braga ao grupo José de Mello durante 30 anos para benefício desse grupo, sabendo que é incompetente, que já teve de ser corrido de um hospital, o Amadora-Sintra, e que a semana passada teve uma multa de meio milhão de euros porque não cumpre a lei”.

Antes do coordenador da comissão política do Bloco, Albano Esteves Martins denunciou que algumas empresas publicas “roubam-nos com lucros astronómicos” e lembrou a “fadiga 'de que falava Zeca Afonso': Estamos cansados, fartos de ser burro de carga de um sistema falido”.

O jovem André Moreira denunciou que Paredes é uma cidade “sem biblioteca, sem investimento da cultura” e considerou que esta realização do Bloco constitui uma “paragem obrigatória dos que defendem cultura como obrigatória e não como capricho”. André Moreira defendeu o combate à precariedade laboral, destacou o protesto da “Geração à Rasca” no próximo dia 12 e apelou à participação nos protestos de rua, sublinhando: “Dizem-nos que o somos o futuro, mas somos uma juventude sem futuro”.

Paulo Teles, que foi candidato do Bloco à Câmara de Penafiel, disse que o “Vale do Sousa tem inúmeros problemas sociais” e uma “taxa desemprego entre 20 e 55 por cento”. Denunciou que os executivos municipais de direita têm sido “surdos e mudos” e considerou que o Bloco é, na região, “uma voz incómoda para o poder local” e de combate à gestão municipal desastrosa.

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