Sérvia

Há várias noites que as mobilizações por todo o país se deparam com confrontos. De um lado, os estudantes e o movimento massivo que tem desde há meses tem saído às ruas. Do outro, a polícia e os apoiantes do partido no poder há 13 anos.

Após o colapso de uma estrutura da gare ferroviária de Novi Sad em 1 de novembro, a Sérvia entrou num novo sobressalto político com uma inédita mobilização estudantil e popular que abalou, mas sem pretender derrubar, o regime de Aleksandar Vucic. Reportagem em Belgrado.

Pedro Caldeira Rodrigues

O bloqueio de três pontes em Novi Sad é um dos maiores protestos na Sérvia. E só se fortaleceu desde 1 de novembro de 2024. A par da disseminação dos protestos, desenvolveu-se também o maior movimento estudantil da história europeia recente. Veja como chegámos aqui.

Iskra Krstić

Um movimento histórico de estudantes une agricultores e ambientalistas contra o governo de Vucić e o projeto da mina de lítio da Rio Tinto. Domingo 22 de dezembro assistiram-se às maiores manifestações desde a queda de Milosevic. Na noite da passagem de ano voltaram às ruas.

O projeto já tinha sido parado em 2022 na sequência de mobilizações massivas. Agora voltam a ser dezenas de milhar as pessoas que se manifestam contra as consequência da exploração mineira detida pela Rio Tinto. Governo sérvio e União Europeia assinaram já um acordo para a exportação da matéria-prima.

A guerra voltará aos Balcãs? As fronteiras continuam pontos quentes e os ódios acumulam-se. Seria um erro ver as tensões como resultado de um confronto entre nações incapazes de conviverem. A destruição da Jugoslávia não teria sido possível sem a participação das grandes potências europeias e dos Estados Unidos. Por Loïc Ramirez.

As prioridades geopolíticas dos Estados Unidos e da UE obrigam-os a criticar as iniciativas dos dirigentes albaneses do Kosovo, que estão a provocar tumultos nos municípios de maioria sérvia, em confronto com o destacamento de forças da NATO. Por Catherine Samary.

Confrontos entre sérvio-kosovares, a polícia e as forças da NATO provocaram 80 feridos na segunda-feira. As manifestações prosseguem sem incidentes numa região onde chocam os interesses geo-estratégicos russos e norte-americanos.