Crise dos refugiados

Relatório detalha as políticas e práticas desumanas da União Europeia, que promovem uma brutalidade sistemática contra refugiados e migrantes, que são forçados a voltar para trás repetidamente durante a viagem.

 

Neste ano, o número de mortes de migrantes nas travessias auemntou 50% em relação a 2022. Na Europa há um impasse na negociação sobre um novo pacto para as migrações com o governo italiano a insistir na criminalização das ONG de resgate a refugiados.

Imagens publicadas pelo New York Times mostram como um grupo de requerentes de asilo, incluindo várias crianças que tinham chegado à ilha de Lesbos na véspera, foram apanhados em terra e abandonados à deriva em alto-mar.

A questão da emigração também tem de ser vista de outro ângulo: as fugas massivas de populações são fenómenos forçados pelas guerras e a pilhagem imperialistas diz-nos Elsa Sertório neste artigo lido por Carlos Carujo.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos acusou as autoridades turcas de terem matado oito refugiados que estavam a tentar entrar no território daquele país a partir da zona de fronteira no norte da Síria.

A Áustria decidiu construir mais uma cerca na fronteira com a Eslovénia para travar a entrada de refugiados e imigrantes. Note-se que tanto Áustria como Eslovénia pertencem à União Europeia.

“A República Checa é a única a submeter rotineiramente migrantes e refugiados à detenção durante 40 dias, e diz-se que às vezes por mais tempo, até 90 dias, em condições qualificadas de degradantes”, denunciou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos. Por Thalif Deen, da IPS.

Mais de uma dezena de músicos portugueses atuam esta segunda-feira, em Lisboa, para angariar fundos para apoiar o acolhimento de refugiados em Portugal. O espetáculo conta com a presença de nomes como Sérgio Godinho, Jorge Palma, Camané e muitos outros.

União Europeia aprovou a distribuição de 120 mil refugiados. Ainda que não exista caráter de obrigatoriedade, não tendo sido contempladas penalizações para os Estados que não o cumprirem, Hungria, República Checa, Roménia e Eslováquia votaram contra. Finlândia e a Polónia abstiveram-se.

À frente têm a polícia croata, atrás a sérvia. Não podem avançar nem recuar. Os jornalistas não podem passar para falar com eles. “Há mulheres e crianças a chorar de medo e de confusão”, relata um médico britânico ouvido pelo Guardian. Isto não é ficção. Está a acontecer agora, no posto de fronteira entre Tovarnik (Croácia) e Šid (Sérvia).

A responsabilidade do Ocidente nos conflitos do Médio Oriente é indubitável. Mas face a isso a UE, em vez de suspender a venda de armas, limita-se a organizar uma espécie de leilão de refugiados. Alguns porquês da crise dos refugiados na Europa: o papel da Turquia. Por Olga Rodríguez.

Agência das Nações Unidas para os refugiados diz que a falta de resposta da UE criou a situação caótica que se vive. Centenas de milhares de refugiados são empurrados de uma fronteira para outra, sem conseguirem chegar a um país de acolhimento.

Em partes do Iraque e da Síria, viver tornou-se um pesadelo: “Estás na tua casa, na tua cidade, a ter uma vida normal. De repente, começa uma guerra”. Por Sandro Fernandes, de Budapeste para o Opera Mundi.

Nove guerras civis simultâneas devastam o mundo islâmico. Há algo comum entre elas: a destruição dos Estados nacionais árabes e o estímulo ao ultra-fundamentalismo, promovidos pelos EUA e os seus aliados. Artigo de Patrick Cockburn.

O governo de extrema-direita da Hungria declarou estado de emergência em duas províncias na fronteira com a Sérvia e anunciou a construção de novo muro na fronteira com a Roménia. A polícia húngara atacou refugiados com canhões de água e gás lacrimogéneo também junto à fronteira.

Os sírios são cerca de metade do contingente de refugiados chegados à Europa. Mas não são os únicos. E não é o único lugar de que se fala nestes dias para analisar esta avalanche humana. Por David Lazkanoiturburu

Ministros do Interior e da Justiça da União Europeia permanecem indiferentes às críticas crescentes que denunciam o falhanço da UE na resposta à crise dos refugiados. Durante cimeira extraordinária, ninguém se opôs ao encerramento de fronteiras. Discussão de proposta sobre quotas para acolhimento foi adiada para outubro. 

O Bloco de Esquerda trouxe a arte urbana à pré-campanha para afirmar a solidariedade com os refugiados de guerra. Catarina Martins defendeu a abertura de corredores humanitários e diz que o fecho de fronteiras “é o oposto do que precisamos”.

Segundo a UNICEF, há um aumento de 75% em relação ao registado em 2014."As crianças não acompanhadas são o grupo mais vulnerável de todos os refugiados. É preciso estabelecer um programa de reunificação familiar com urgência".

Governo alemão muda abruptamente a sua política para os refugiados e suspende o acordo de Schengen de livre circulação, fechando a fronteira com a Áustria e suspendendo também o tráfego ferroviário entre os dois países. Divisões deverão marcar cimeira europeia desta segunda-feira sobre a crise dos refugiados.