Mineiros exigem “reintegração imediata” dos afastados pela Somincor

12 de março 2018 - 9:26

Em plenário realizado este domingo, os trabalhadores aprovaram três dias de greve em solidariedade com os supervisores afastados na sequência das anteriores paralisações.

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Trabalhos na mina da Somincor em Neves-Corvo. Imagem TVI.

O plenário realizado este domingo na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, em Aljustrel, decidiu emitir um pré-aviso de greve para os dias 26, 28 e 29 de março, não pondo de parte a continuação da luta com outras paralisações nos meses seguintes.

As três greves realizadas no fim de 2017 tiveram como reação a repressão patronal, com respostas às reivindicações consideradas inaceitáveis pelos trabalhadores e o afastamento de alguns dos supervisores de equipas de produção.

Para além das exigências laborais que já estiveram na origem das greves anteriores, junta-se a solidariedade com os trabalhadores afastados. Alguns deles têm participado em negociações com a administração, mas também nas conversações mantidas entre o sindicato e o governo com vista à resolução do conflito laboral com a Somincor, empresa detida pelo grupo sueco-canadiano Lundin Mining.

Nos últimos meses, os trabalhadores das minas de Neves-Corvo têm lutado pela antecipação da idade de reforma para os trabalhadores das lavarias e outras áreas do circuito do minério, bem como o fim do regime de laboração contínua no fundo da mina e a “humanização” dos horários de trabalho, entre outras reivindicações.

Ao pré-aviso de greve juntou-se também a aprovação de um abaixo-assinado dos trabalhadores solidários “com os camaradas de trabalho vítimas de discriminação gratuita, e sem sentido, por parte da Somincor”, a pedir a sua “reintegração imediata” nas funções que desempenhavam.

“A falta de respeito, consideração e agradecimento pelo que os nossos camaradas de trabalho deram a esta casa durante quase trinta anos, não se pode camulflar com uma suposta restruturação e, desta forma, ostracizar e discriminar quem apenas exerceu um direito (direito à greve) consagrado na Constituição da República Portuguesa”, acrescenta o texto deste abaixo-assinado.