Mais de 400 mortos nos protestos na China

08 de July 2009 - 12:30
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 LusaAs forças armadas chinesas já mataram mais de 400 manifestantes na região de Xinjiang, segundo denuncia Rebiya Kadeer, dirigente uigur no exílio. Por causa deste conflito, o presidente chinês teve que abdicar da sua participação na reunião do G8, em Itália, e cancelou uma visita oficial a Portugal. Milhares de soldados chineses ocuparam a cidade de Urumqi.

 

Uma dirigente uigur no exílio acusou as forças armadas chineses de ter assassinado mais de quatrocentos manifestantes, depois de terem sido espancados, na cidade de Urumqi, a capital da região autónoma de Xinjiang, no noroeste do país.



Rebiya Kadeer, exilada nos Estados Unidos desde 2005, é dirigente do Congresso Mundial Uigur (CMU), uma comunidade chinesa de muçulmanos turcófonos que continua hoje os seus protestos, pelo quarto dia consecutivo. Kadeer acusa a polícia de intervir com violência sobre uma manifestação pacífica.



Segundo os dados divulgados pelo governo chinês, 156 foram mortas e mais de 1400 foram detidas, na sequência da intervenção das forças policiais e militares após o início dos confrontos entre as comunidades uigur (maioritária  na região de Xinjiang) e han (maioritária na China).



O presidente chinês regressou a Pequim sem chegar a participar na reunião do G8, que começa esta quarta feira em Itália, devido à situação em Xinjiang. Hu Jintao também adiou uma visita a Portugal, que estava prevista para a próxima sexta-feira.



Além de ter enviado um forte contingente militar para a zona do conflito, o governo chinês proibiu o turismo para aquela região e impôs restrições à utilização das redes sociais da internet, como o Twitter ou o Facebook. A transmissão de dados também está fortemente condicionada.



Os jornalistas estão a ser impedidos de aceder à região e de efectuar a cobertura noticiosa dos acontecimentos, estando a população impedida de sair de casa entre as 21 e as 8 horas.