Tecnoforma: três questões que Passos tem de esclarecer

25 de September 2014 - 16:02

Bloco de Esquerda não exclui comissão de inquérito mas está “focado” nos esclarecimentos que o próprio primeiro-ministro tem a obrigação de dar: colaborou ou não com a Tecnoforma; recebeu ou não pagamento por essa colaboração; declarou ou não esse rendimento.

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João Semedo: três questões a que é preciso responder. Foto de Paulete Matos

O Bloco de Esquerda está concentrado em ver esclarecidas três questões às quais “só ao primeiro-ministro compete responder", disse esta quinta-feira o deputado João Semedo.

"O primeiro-ministro precisa de, urgentemente, responder a três questões muito simples: colaborou ou não com a Tecnoforma ou com uma organização associada a essa empresa; segundo, dessa colaboração obteve ou não obteve algum rendimento; terceiro, esse rendimento foi ou não declarado onde devia ser declarado, ao Tribunal Constitucional, à Assembleia da República e, naturalmente, em sede de IRS", enumerou o coordenador do Bloco de Esquerda.

"O primeiro-ministro não pode continuar debaixo desta suspeição", diz João Semedo.

Semedo não exclui o recurso a uma comissão de inquérito à situação do primeiro-ministro enquanto deputado mas, sublinha, "o primeiro-ministro não pode continuar debaixo desta suspeição".

"Quando nos perguntam se admitimos intervir no sentido de criar na Assembleia da República, no futuro, uma comissão de inquérito a este caso, a resposta é óbvia, não podia ser outra: nós não excluímos nenhum instrumento para esclarecer esta situação, mas o que reclamamos, e a expectativa que temos, é que isso não será necessário porque é evidente que o senhor primeiro-ministro não deixará de responder às três perguntas", afirmou.

Falta de transparência e equívocos

O coordenador do Bloco acusou ainda o secretário-geral da Assembleia da República de não ter dado "um contributo à transparência em torno deste processo", na medida em que foi dando várias informações a "conta-gotas".

"Esta falta de transparência e equívocos que foram sucessivamente criados por essas informações podem ser interpretados como uma tentativa de proteger a figura do primeiro-ministro", observou, acrescentando:

"É do interesse da democracia, da República, que o primeiro-ministro acabe com este desconversar", disse.