A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou nesta quarta-feira o relatório “Economic Outlook”. Segundo este relatório a economia da zona euro cairá 0,6% em 2013 e crescerá apenas 1,1% em 2014, o que significa que se esta previsão se verificar a zona euro estará em recessão em 2013 e estagnada em 2014.
Em relação a Portugal, a OCDE prevê que a recessão será superior ao previsto pelo governo e pela troika. A OCDE prevê agora que o PIB de Portugal caia 2,7% em 2013, enquanto governo e troika apontavam para uma queda de 2,3%. Para 2014, a OCDE prevê uma estagnação com um crescimento marginal de 0,2%, enquanto governo e troika apontavam para 0,6%.
De acordo com a OCDE, Portugal terá o segundo pior desempenho da zona euro. Apenas a Grécia ultrapassará Portugal nas previsões negativas.
A previsão de maior queda do PIB em Portugal deve-se a uma queda do consumo privado em 4% e do investimento em 10,6%.
A OCDE prevê também um aumento do desemprego e as suas previsões são mais negativas que as do governo e da troika. Para o final de 2013 a OCDE prevê que a taxa de desemprego chegue a 18,2% e para 2014 que suba para 18,6%, uma décima acima das previsões do governo e da troika.
A organização internacional prevê também que o nosso país não cumpra as metas do défice estabelecidas pelo governo e pela troika. Às promessas governamentais de um défice de 5,5% do PIB do PIB em 2013 e de 4% em 2014, a OCDE aponta 6,4% em 2013 e 5,6% em 2014.
A organização internacional aponta ainda para um disparar da dívida pública portuguesa, que prevê que suba para 127,7% do PIB no final deste ano e suba ainda mais para 132,1% do PIB em 2014.
Sobre estas previsões da OCDE, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, declarou à comunicação social: “A estratégia do Governo falhou. Todos tínhamos noção que a economia estava mal, o que a OCDE veio dizer é que vai ficar ainda pior.”
Pedro Filipe Soares salientou que “o Governo não tem sido capaz de responder às dificuldades” do país e que “esta política não tem outra saída que não a destruição das contas públicas” e como consequência da economia.
Para o líder parlamentar do Bloco a única saída é a “renegociação da dívida” e a “capacidade de dizermos que antes da dívida está a economia e as pessoas.”