Carvalho da Silva ao governo: “Deixe de ser forte com os fracos e fraco com os fortes”

16 de February 2008 - 23:54
PARTILHAR

Carvalho da Silva no encerramento do Congresso da CGTP - Foto da LusaCarvalho da Silva no encerramento do Congresso da CGTP reafirmou que o combate às desigualdades e à corrupção é imprescindível, desafiou o Governo para que "deixe de ser forte com os fracos e fraco com os fortes" e prometeu "agravar a luta" caso o governo persista nas políticas actuais. O 11º Congresso elegeu um Conselho Nacional com o mesmo número de membros (147), tendo substituído 47 dirigentes.

Na moção aprovada o Congresso da CGTP lança "um sério e forte aviso ao Governo e ao patronato, deixando claro que os trabalhadores irão recorrer a todas as formas de luta, não excluindo nenhuma, no sentido de afastar qualquer iniciativa que não revogue as normas gravosas do Código do Trabalho ou que corporize a concepção de flexigurança, contida no Livro Branco das Relações Laborais".

Carvalho da Silva no discurso de encerramento sublinhou: "Precisamos de um Estado Democrático forte; do fim das promiscuidades e da troca de favores entre poderes económicos e poderes políticos entre interesses públicos e privados".

Quanto à organização sindical, Carvalho da Silva disse que uma das apostas estratégicas do Congresso foi "dar mais força aos sindicatos" e preconizou: "Precisamos de reforçar a nossa capacidade de intervirmos de um modo mais influente nas empresas, nos sectores, nas regiões, nas várias formas de negociação, de participação e de diálogo social". O Congresso definiu como objectivo 160 mil novas sindicalizações nos próximos quatro anos.

No Congresso foi aprovada uma Carta Reivindicativa com 15 objectivos com quatro abstenções e nenhum voto contra, o Relatório de Actividades por unanimidade e o Programa de Acção para os próximos quatro anos, que foi aprovado na generalidade com 90 abstenções. Na discussão do Programa de Acção foram apresentadas algumas propostas de alteração, entre as quais a filiação da Inter na Confederação Sindical Internacional, não aprovada.

O Conselho Nacional foi eleito em lista única, com 818 votos favoráveis e 25 votos em branco. Deste órgão saem alguns dirigentes históricos, abrangidos pela regra dos 60 anos, como José Ernesto Cartaxo e Florival Lança.

No encerramento Carvalho da Silva considerou que as diferenças internas da central se diluem "positivamente para a construção de projectos de acção assumidos por todos" e apresentou uma saudação aos dirigentes que deixam o Conselho Nacional da CGTP.