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Presidente peruano destituído pelo Congresso
A maioria foi expressiva mas surpreendeu quase todos os analistas. Com 105 votos a favor, a fasquia de 87 deputados necessários para aprovar a destituição do Presidente do país foi facilmente alcançada. O Congresso peruano declara assim “a permanente incapacidade moral do Presidente” e coloca um ponto final no mandato de Martín Vizcarra.
Na base da destituição estão acusações de corrupção que remontam ao tempo em que Vizcarra governava a província de Moquegua, no sul do país, entre 2011 e 2014. Em sua defesa, Vizcarra negou ter recebido subornos e criticou a intenção dos deputados de o destituírem sem nenhuma razão provada em tribunal. Após a votação, voltou a negar as acusações e disse sair do cargo com a “consciência tranquila”.
Querido Pueblo Peruano:
Durante estos dos años y ocho meses de gobierno ustedes han sido mi mayor soporte y fortaleza. Juntos construimos este camino, a pesar de la adversidad. Me voy con la conciencia tranquila, la frente en alto y el deber cumplido. Hasta otra oportunidad.— Martín Vizcarra (@MartinVizcarraC) November 10, 2020
Segundo a agência Efe, o debate evidenciou a “absoluta solidão política” do Presidente, ao não dispor de nenhuma bancada parlamentar que o apoiasse e ao ouvir os próprios deputados que votaram contra a destituição a apontar-lhe responsabilidades pelos atos de que era acusado. O aproximar da data das presidenciais, previstas para o próximo mês de abril, também terá alimentado a vontade de alguns setores políticos e económicos peruanos em tornar vago o cargo. Cabe agora ao presidente do Congresso, Manuel Merino, decidir se mantém a data ou a antecipa.
A proposta de destituição foi encabeçada pelo partido Unión por Perú, apoiado pela esquerda da Frente Amplio e Acción Popular e pelo Podemos Perú. Vizcarra era o vice-presidente de Pedro Pablo Kuczynski, a quem sucedeu em 2018 na sequência de outra tentativa de destituição presidencial por acusações de corrupção. O ex-banqueiro foi apanhado na teia brasileira da Lava Jato, acusado de receber luvas da construtora Odebrecht e acabou por sair do cargo antes de ser destituído.
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