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Preço do petróleo sofre maior queda desde 1991
É preciso recuar à guerra do Golfo de 1991 para recordar uma queda tão abrupta do preço do petróleo nos mercados internacionais como a que o mundo assistiu esta segunda-feira. Depois d queda da semana passada, o preço do barril de Brent esteve a cair 31% no arranque das negociações. A causa é a falta de acordo na reunião entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia, que se opôs a um corte na produção para conter a queda dos preços provocada pela diminuição da procura mundial, um efeito colateral do coronavírus.
O grupo dos maiores produtores de petróleo e a Rússia mantinham a cooperação para segurar os preços do crude nos últimos três anos, mas o fracasso da última reunião levou a Arábia Saudita a abrir uma guerra de preços. Riade anunciou o corte de 6 a 8 dólares por barril a partir de abril e prometeu aumentar a produção acima da fasquia dos dez milhões de barris diários em abril. O resultado foi a queda imediata dos preços nos mercados de futuros a um nível inédito este século.
Também as ações da petrolífera saudita Aramco sofreram uma queda de 10% na bolsa esta segunda-feira. Com esta estratégia de afundar os preços, em especial para os clientes do petróleo russo, os sauditas apostam em tornar o negócio incomportável para os países com maiores custos de produção.
Segundo a agência Reuters, a Agência Internacional de Energia anunciou esta segunda-feira que a procura de petróleo poderá diminuir este ano pela primeira vez desde 2009, uma previsão também seguida pela banca internacional, com a Goldman Sachs e a Morgan Stanley a atualizarem as suas previsões no mesmo sentido, numa altura em que muitos países se debatem com a propagação no novo coronavírus.
As bolsas mundiais refletem os sinais desta ameaça de crise na economia, com os principais índices a registarem quedas significativas na abertura dos mercados.
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