Porto: Petição propõe rua com o nome de Gisberta

17 de March 2021 - 21:59

A Marcha do Orgulho do Porto lançou um abaixo-assinado para “reconhecer e homenagear a vida de Gisberta” na toponímia da cidade.

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Design da imagem: @kiddo.creative | Facebook de Sara Barros Leitão

Um novo abaixo-assinado foi apresentado esta quarta-feira, 17 de março, com o objetivo de “reconhecer e homenagear a vida de Gisberta”. A petição, lançada pela Marcha do Orgulho do Porto (MOP) a partir de uma proposta da atriz Sara Barros Leitão, propõe que “umas das ruas da cidade tenha o seu nome”. As assinaturas podem ser efetuadas até ao dia da Marcha, ainda por determinar.

Em comunicado, lembram que “esta, infelizmente, não será a primeira tentativa de homenagear Gisberta: em 2010, através do projeto «Viver a Rua», desenvolvido por uma parceira do NEC - Núcleo de Experimentação Coreográfica, inserido no FITEI -, com o envolvimento da comunidade, acabou por sugerir o seu nome para uma rua da cidade”. A proposta foi rejeitada pela Comissão de Toponímia.

Em março de 2020 foi entregue um abaixo-assinado com o mesmo pedido, criado no âmbito da apresentação “Todos Os Dias Me Sujo De Coisas Eternas”, de Sara Barros Leitão, mas ainda não foi dada qualquer resposta.

A Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho do Porto (COMOP) de 2021 tomou a iniciativa de, junto com Sara Barros Leitão, “traçar estratégias de mobilização da sociedade civil para que a Câmara Municipal do Porto, através da Comissão de Toponímia, atribua o nome de Gisberta Salce Júnior a uma rua da cidade”.

Na nota a qual o Esquerda.Net teve acesso, é referido que “a violência de que Gisberta foi alvo continua presente nas ruas do Porto, e um pouco por todo o país. Quinze anos depois, a comunidade trans continua largamente exposta à mesma marginalização, preconceito e violência que entregam às ruas todas as pessoas que a cidade é incapaz de proteger e abrigar com a mesma dignidade a que qualquer ser humano tem direito”.

A COMOP exige também que se avance com “a criação de um plano municipal LGBTI+ no Porto para 2022, que contemple medidas prioritárias para combater a desigualdade e exclusão social”.

“A atribuição de um arruamento à memória da Gisberta, numa cidade onde faltam mulheres representadas na rua e mais ainda, mulheres trans, emigrantes, marginalizadas e que inspiram milhares de pessoas a marchar por direitos iguais, é um passo gigante para a representatividade, bem como motivo de orgulho para a cidade do Porto”, afirmam.

A subscrição da petição, que é aberta, já conta com o apoio dos coletivos que integram a COMOP 2021.