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Os despedimentos foram proibidos temporariamente na Itália

No país europeu mais atingido pelo covid-19, o governo lançou um pacote de ajudas de 25 mil milhões de euros e reforço o investimento no serviço de saúde. Para além disso, e durante dois meses, os despedimentos por motivos económicos foram proibidos.
Foto de Steven Kreuzer/Flickr.
Foto de Steven Kreuzer/Flickr.

Com o segundo maior número de infeções e de mortes por covid-19 no mundo, a Itália vive uma crise profunda. Para lhe fazer face, o governo lançou um pacote de 25 mil milhões de euros em ajudas e investimentos no valor de 350 mil milhões.

O ministério do Trabalho proibiu os despedimentos por motivos económicos derivados da crise durante os próximos dois meses. Despedimentos por motivos disciplinares continuam porém a ser possíveis.

Do pacote de fundos aprovados fazem parte mais 1.65 mil milhões de euros para o Fundo Nacional de Emergência e os 340 milhões para a criação de novas camas para cuidados intensivos e serviços de pneumologia e doenças infeciosas. Os trabalhadores da saúde receberão 150 milhões pelo trabalho extraordinário que estão a realizar e financia-se a contratação de mais 20 mil profissionais neste setor.

Haverá ainda isenções fiscais que atingirão cinco milhões de trabalhadores, incluindo os trabalhadores independentes. E as licenças para cuidar de menores foram aumentadas para os 15 dias em que as crianças estarão em causa devido ao encerramento das escolas, cobrindo o governo metade dos salários de pais de menores de 15 anos ou de cuidadores de pessoas portadoras de deficiências graves.

Criar-se-á ainda um fundo para garantir a continuidade da produção agrícola e das pescas. E as pequenas e médias empresas terão uma moratória ao pagamento de hipotecas e outros créditos de curto prazo. Os setores económicos mais afetados não serão obrigados ao pagamento de impostos e vai haver isenções fiscais a empresas que doem dinheiro ao combate à pandemia.

O coronavírus atingiu fortemente o país, existindo 27.980 casos e 2.158 mortes na manhã desta terça-feira. O impacto económico ainda está por avaliar. Mas, esta segunda-feira, o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, admitiu, em entrevista ao Corriere della Sera, que as medidas acabadas de implementar “não são suficientes” não são suficientes para fazer face à dimensão do problema e que “depois do coronavírus nada será como antes, teremos de nos sentar e reescrever as regras do comércio e do mercado livre”.

Na mesma entrevista, o governo italiano declarou que não pretende introduzir novas restrições à liberdade de movimentos mas considera que as existentes deverão ser cumpridas “escrupulosamente”. Em toda a Itália as escolas e lojas estão fechadas, os eventos desportivos suspensos e as pessoas estão e isolamento, exceto nos casos de deslocações essenciais. Sendo que o funcionamento das fábricas tem sido exceção à regra do isolamento social, causando vários protestos por parte de trabalhadores.

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