You are here
Municipais francesas: abstenção recorde e ecologistas em alta na segunda volta
A segunda volta das eleições municipais em França bateu recordes históricos no que toca a abstenção, rondando os 60%. De acordo com o Linternaute, os candidatos do partido Europa Ecologia - Os Verdes, Grégory Doucet em Lyon, Michèle Rubirola em Marselha, Jeanne Barseghian em Estrasburgo e Pierre Hurmic em Bordéus venceram as presidências de câmara nas respetivas cidades. O atual primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, foi eleito presidente na cidade de Havre e o partido de extrema-direita de Marine Le Pen, a União Nacional, que manteve as suas principais autarquias na primeira volta, acabou barrada pelas alianças republicanas na disputa da segunda volta, obtendo uma vitória importante em Perpignan.
O Mediapart fala também da cidade de Bordéus, onde uma aliança de ecologistas, socialistas e comunistas elegeu o presidente da câmara Pierre Hurmic. Já em Paris, Anne Hidalgo foi reeleita.
Mélenchon: Abstenção recorde foi "uma forma de insurreição fria contra todas as instituições do país”
Jean-Luc Mélenchon, do partido França Insubmissa, salienta a notável vitória dos Verdes e nota que os bons resultados dos ecologistas foram em cidades onde as presidências eram socialistas e depois mudaram-se para o partido de Macron, o partido Em Marcha. “Desse ponto de vista, os sucessos são uma forma de consolidação política contra aqueles que mudam de rótulo ao longo do caminho”, rematou Mélenchon.
A segunda volta das eleições municipais em França registou uma participação muito baixa, com a abstenção a rondar os 60%. Mélenchon afirma que “a abstenção foi a mais alta em eleições municipais desde 1958. A mais alta em todas as eleições parlamentares desde 1958 e o nível de abstenção foi o mais alto comparado a todas as eleições europeias desde 1979. Claramente, o povo francês está em greve cívica. É uma forma de insurreição fria contra todas as instituições do país”.
Sobre o França Insubmissa, que se estreou este ano em eleições municipais, Mélenchon congratula-se pela presença de candidaturas em 200 cidades do país, o que considera “uma conquista considerável”.
O líder dos insubmissos pede uma mudança e “portanto, a hora da renovação política deve acontecer”. A mudança deve acontecer nas instituições, nas políticas sociais, nas políticas ecológicas, mas isso “é claro, que não se consegue com aqueles que estão no poder”.
Add new comment