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Jerónimo Martins multado na Polónia por práticas enganadoras em preços

A entidade polaca que regula a concorrência, o UOKiK, considerou que a Biedronka, cadeia de supermercados pertencente ao grupo Jerónimo Martins, recorre a práticas enganosas para o consumidor. Os preços são maiores na caixa do que eram quando apresentados nas prateleiras.
A multa por este esquema, de que o grupo pode ainda recorrer, foi fixada em cerca de 26 milhões de euros.
Segundo o site Dinheiro Vivo, que avançou a notícia, a investigação começou no ano passado mas desde, pelo menos, 2016 que havia queixas de consumidores. Para além da manipulação dos preços, concluiu-se que 14% dos produtos não tinham preço.
Em nota de imprensa, Tomasz Chróstny, presidente do UOKiK, considera que por o preço ser “um dos critérios mais importantes que os consumidores utilizam na escolha dos produtos é inaceitável induzir os consumidores em erro quanto ao preço correto dos produtos”. Escreve ainda que “durante muito tempo na Biedronka, os clientes normalmente pagavam mais do que o preço nas prateleiras das lojas. Mas nem sempre sabiam disso.”
Já a rede de supermercados reconhece que possa ter havido preços mas descarta a possibilidade de um esquema sistemático: “tendo em consideração a dimensão da rede – mais de três mil lojas, mais de 70 mil funcionários e mais de quatro mil milhões de clientes entre 2017 e julho de 2020 –, não podemos excluir a possibilidade de casos individuais em que o erro humano possa ter resultado em preços errados ou uma não atualização imediata”, referindo “erros aleatórios”.
A cadeia de lojas está a ser alvo de uma segunda investigação da mesma entidade, iniciada também o ano passado. O UOKiK suspeita que a Biedronka obtenha “vantagem comercial face a fornecedores”, nomeadamente os de frutas e legumes, e arrisca uma outra multa de 3% sobre as receitas.
A cadeia aplica um desconto ao pagamento a fornecedores sobre o qual estes só são informados no fim do mês, já depois de terem entregue os produtos. Isto faz com que os fornecedores sejam levados a contratualizar vendas sem saberem o que com elas podem ganhar, o que será, segundo o regulador, “aproveitamento da parte mais fraca do contrato”.
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