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Ciclone Idai provoca desastre humanitário em Moçambique

Cruz Vermelha aponta destruição de 90% na cidade da Beira, a zona de impacto do ciclone. Presidente moçambicano Filipe Nyusi diz que o número de mortos pode elevar-se a mais de mil. Centenas de milhares estão desalojados.
Foto Federação Internacional da Cruz Vermelha/Twitter

O ciclone afetou o Malawi, Moçambique e Zimbabué, fazendo dezenas de vítimas mortais já confirmadas nos três países. Enquanto as equipas de resgate ainda tentam alcançar a população que consegui escapar às torrentes de lama em Moçambique, o presidente do país afirmou esta segunda-feira que o número de mortos pode ascender a mais de mil.

“A situação é terrível. A escala de devastação é enorme. Parece que 90% da área está totalmente destruída”, afirmou Jamie LeSueur, coordenador da equipa de resgate da Cruz Vermelha na cidade da Beira, a segunda cidade do país com cerca de meio milhão de habitantes.

Com as estradas destruídas, o acesso e resgate à população faz-se de helicóptero, lançando víveres sobre os aglomerados de gente que se salvou das inundações subindo aos telhados das casas. “A Beira foi gravemente afetada. Mas já ouvimos dizer que a situação fora da cidade é ainda pior. Ontem, uma grande represa rebentou e cortou a última estrada para a cidade”, acrescenta o relato de LeSueur, que lidera uma das primeiras equipas de socorro a chegar ao local.

Apesar do ciclone já ter passado, as chuvas fortes que se continuarão a fazer sentir tornam mais difícil avaliar todo o impacto desta tragédia climática que se abateu sobre a região.

Para a representante especial do Secretário-Geral da ONU para a redução de riscos de desastres, a japonesa Mami Mizutori, o ciclone Idai “é uma prova clara da exposição e vulnerabilidade de muitas cidades e vilas construídas ao nível do mar à medida que o impacto das alterações climáticas continua a influenciar e desfazer os padrões meteorológicos normais”.

Toda a região da Beira encontra-se há vários dias sem eletricidade. Com a subida do nível das águas na cidade e arredores, várias estações elétricas ficaram submersas e os ventos do ciclone derrubaram muitos postes de eletricidade, pelo que a empresa nacional EDM não prevê para breve o restabelecimento da energia. O mesmo destino tiveram as torres de telecomunicações das três operadoras (Tmcel, Vodacom e Movitel), inutilizando a rede móvel na região.

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