“O povo moçambicano precisa de toda a nossa solidariedade”

18 de March 2019 - 19:56

Após a reunião com o Presidente da República, Catarina Martins expressou pesar e solidariedade com o povo moçambicano vítima da tragédia climática. E defendeu soluções para desbloquear o impasse entre governo e trabalhadores do Estado.

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Catarina Martins à saída da audiência com o Presidente da República. Foto Tiago Petinga/Lusa

À saída de uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, Catarina Martins começou por “expressar o pesar e solidariedade junto do povo moçambicano”, por causa da “tragédia climática com proporções muito grandes” provocada pela passagem do ciclone Idai. A situação configura um desastre humanitário em Moçambique, com o presidente do país a admitir que o número de vítimas mortais possa ascender a mais de um milhar de pessoas.

“O povo moçambicano precisa de toda a nossa solidariedade e eu espero que Portugal não falhe nessa solidariedade”, sublinhou Catarina Martins.

Outro dos temas abordados no encontro desta segunda-feira no Palácio de Belém foi a situação dos trabalhadores dos serviços públicos. Catarina Martins repetiu a Marcelo o que já tinha dito na semana passada em reunião com o primeiro-ministro: “é necessário desbloquear uma situação de impasse entre o governo e os trabalhadores do Estado”.

Para que isso aconteça, “sendo certo que não é possível no último ano da legislatura acolher todas as reivindicações para fazer tudo de uma vez”, a coordenadora do Bloco defende que “há uma reivindicação que nos parece essencial: a contagem do tempo de serviço para efeito de descongelamento de carreiras, permitindo a progressão nas carreiras”.

“Não é aceitável que trabalhadores com 15 anos de carreira estejam a receber o mesmo que os que começaram agora”, sublinhou Catarina, referindo-se a situações em sectores como as escolas, os serviços de saúde, as forças de segurança e tribunais. Por isso defende uma “contagem de forma faseada, que permita respeitar as carreiras destes trabalhadores”.

Referindo-se em concreto às negociações em curso entre governo e enfermeiros, Catarina insistiu na necessidade de ser possível “que o seu tempo de serviço seja contado e que sejam tratados em igualdade de circunstâncias”

“Proteger o regular funcionamento dos serviços públicos em Portugal exige do nosso ponto de vista algum passo para desbloquear essas relações. A contagem do tempo de serviço pode ser um primeiro passo”, resumiu a coordenadora bloquista.

A mesma solução será proposta quando o Bloco de Esquerda pedir a apreciação parlamentar do decreto que recupera uma pequena parte do tempo de serviço congelado aos professores.

“Vamos manter o que está previsto para este ano e propomos que seja possível contabilizar o resto do tempo de serviço que fica de fora nos próximos anos”, a par de “uma solução que responda às pessoas que estão perto da reforma”, tal como tem sido reivindicado pelos sindicatos. “São propostas que não afetam o Orçamento deste ano e que garantem igualdade a todos os professores, estejam no continente, Açores ou Madeira”, referiu a coordenadora do Bloco.