Está aqui

Grécia proíbe greve dos professores e ameaça prender grevistas

O mesmo governo que é responsável pelos 64% de desemprego jovem acusa os professores de “destruir os sonhos dos estudantes” por ameaçarem fazer greve no dia dos exames de acesso às universidades.

O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, assinou no último domingo uma ordem de requisição civil dos professores do ensino secundário que marcaram uma greve para o próximo dia 17, o primeiro dia dos exames de acesso às universidade.

A requisição civil significa que os docentes que persistirem na greve ou forem a manifestações poderão ser presos.

O protesto dos professores é contra a decisão do governo de aumentar o seu horário de trabalho em mais duas horas por semana, o que poderá provocar o despedimento de cerca de dez mil professores.

O sindicato dos Professores OLME pediu o apoio das duas principais centrais sindicais, a GSEE e a ADEDY, e anunciou que ia apelar contra a requisição civil para o Conselho de Estado, o mais alto tribunal do país.

Posição do governo é ditatorial

"O decreto é vergonhoso e horroroso", criticou o secretário-geral do sindicato, Zemis Kosyfakis, à emissora de rádio Skai. "Não só proíbe o direito de greve, como também a possibilidade de que esta possa ser declarada", completou.

Já o deputado Dimitris Papadimulis, do Syriza, classificou a postura do governo como "ditatorial", recordando que é a terceira vez em oito meses que o governo procede à mobilização forçada de algum setor em greve.

O governo afirma que a greve dos 88 mil professores do secundário durante o período dos exames é inaceitável e que vai prejudicar dezenas de milhares de estudantes; e que a requisição civil é a única forma de defender o interesse público.

(...)

Neste dossier:

Grécia regista maior taxa de desemprego da Europa

Em resultado das sucessivas medidas de austeridade impostas pelos governos da troika, o desemprego na Grécia atingiu níveis apenas observados em períodos históricos que se seguiram a desastres nacionais ou guerras, sendo que o país regista a maior taxa de desemprego da Europa (27%).

Grécia: População confrontada com forte aumento do custo de vida

A receita austeritária do governo grego e da troika tem-se traduzido no aumento dos impostos diretos sobre o consumo e da tributação dos rendimentos de trabalhadores e pensionistas, ao mesmo tempo que se reduz a taxação a que estão sujeitos os lucros das empresas. Registou-se igualmente um aumento dos preços dos produtos básicos e bens essenciais e um acréscimo abrupto do preço da energia.

Austeridade condena população grega à miséria

Após quatro anos de implementação, pelos governos da troika, de dois empréstimos e de três memorandos, a população grega está mais pobre, aumentou o número de crianças mal nutridas e registou-se um acréscimo da população de sem abrigo, concentrada, essencialmente, em Atenas e Pireus.

Grécia: Crise leva a escalada do número de suicídios

Mediante o agravamento da austeridade e a deterioração das condições de vida, a Grécia têm registado um aumento no número de suicídios. A incapacidade de fazer face às despesas com bens e serviços básicos tem levado ao desespero milhares de gregos, que não encontram outra solução senão pôr termo à sua vida.

Grécia: Saque às pensões e aos rendimentos dos trabalhadores

Cortes nas pensões e nos salários que já ascendem a 50%, aumento da idade da reforma, aumento das contribuições dos trabalhadores e ataque aos direitos coletivos de trabalho. Esta é a receita aplicada na Grécia que tem mergulhado o país numa verdadeira calamidade social.

Grécia proíbe greve dos professores e ameaça prender grevistas

O mesmo governo que é responsável pelos 64% de desemprego jovem acusa os professores de “destruir os sonhos dos estudantes” por ameaçarem fazer greve no dia dos exames de acesso às universidades.

Grécia: Grave deterioração da saúde pública provocada pela política de austeridade

Os cortes provocados pela política de austeridade imposta pela troika estão a levar a uma grave deterioração da saúde pública na Grécia, segundo um novo estudo publicado pelo American Journal of Public Health. Explosão de suicídios e homicídios, aumento do número de casos de doenças mentais, de abuso de droga e de doenças infecciosas, nomeadamente VIH/Sida, são alguns dados referidos pelo estudo.

Austeridade e destruição da natureza : O exemplo grego

Numa entrevista concedida ao Contretemps, Roxane Mitralias, militante na SYRIZA, no CADTM, e na Frente de Esquerda sobre questões agrícolas e ecológicas, fala sobre a situação na Grécia e, particularmente, dos efeitos das políticas de austeridade em matéria de destruição do ambiente.

Grécia: Onda de discriminação e violência

Na Grécia, tem vindo a registar-se uma escalada agressiva da onda de discriminação e violência incentivada pelo partido neonazi Aurora Dourada, com o beneplácito do governo e das forças policiais. Os principais alvos são os imigrantes, mas também se registam ataques e perseguições a militantes de esquerda, anarquistas, homossexuais e judeus.

Grécia: “Ninguém ficará sozinho na crise”

Os cidadãos gregos têm rejeitado as políticas de austeridade impostas nos últimos anos recusando-se a ser a cobaia das terapias de choque que estão a causar uma verdadeira catástrofe social. A par de momentos de protestos massivos, que, em várias ocasiões, encheram as ruas do país, os cidadãos helénicos organizaram-se em movimentos de massa de resistência e solidariedade, baseando-se na premissa de que “Ninguém ficará sozinho na crise”.

Solidarity for All: "Tomar as nossas vidas nas nossas mãos”

A equipa de trabalho da iniciativa grega "Solidarity for All" respondeu a um conjunto de questões colocadas pelo esquerda.net sobre, por exemplo, o trabalho que desenvolvem e a sua relação com a coligação de esquerda Syriza.

Grécia: Perito da ONU defende que austeridade levou à contração da economia e à crise social

Após uma missão de cinco dias na Grécia, o perito independente das Nações Unidas Cephas Lumina afirmou que as “medidas excessivamente rígidas” de austeridade impostas aos gregos levaram à contração da economia do país e à crise social e defendeu que “existem alternativas viáveis à austeridade”.