Se antes da crise financeira, em 2009, a Grécia tinha uma das mais baixas taxas de suicídio do mundo, mediante a imposição, por parte da troika e do governo grego, de duras medidas de austeridade, este país registou um aumento de 40 por cento nos suicídios no primeiro semestre de 2010, de acordo com o Ministério da Saúde grego.
Entre 2009 e 2011, este indicador disparou 37 por cento, segundo adianta o governo helénico, no entanto, a realidade poderá ser bastante mais dramática, já que a estigmatização associada ao suicídio leva à ocultação de muitos casos (ler artigo: Crise põe em causa saúde mental de gregos e portugueses).
Conforme adiantou o ministro da Ordem Pública, Nikos Dendias, ao Parlamento, 677 pessoas tentaram suicidar-se em 2009, 830 em 2010 e 927 in 2011.
Durante o ano 2012, 700 pessoas puseram, efetivamente, termo à sua vida, o que equivale a um aumento de 33 por cento face a 2011.
O caso do farmacêutico septuagenário Dimitris Christoulas, que se suicidou para "não deixar dívidas" aos seus filhos e não vir a ser obrigado a "sobreviver do lixo" (ler artigo Grécia: Suicídio na praça Syntagma origina novos protestos) espelha bem esta realidade.
No decorrer de 2013, continuam a registar-se inúmeros casos de cidadãos que se entregam ao desespero por não conseguirem fazer face às suas despesas e por não vislumbrarem qualquer solução para os seus problemas. Nas férias da Páscoa, em apenas 48 horas, 5 pessoas suicidaram-se, segunda adianta o Keep Talking Greece. Desde o início da crise, mais de 2500 cidadãos puseram termo à sua vida.