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Desobedoc 2022 - Mostra de Cinema Insubmisso
O programa, já disponível online (http://desobedoc.net) e foi apresentado na passada sexta-feira, numa conferência de imprensa com Catarina Martins, Tatiana Moutinho, Tânia Leão e Raquel Azevedo. Este ano, ele será centrado nas lutas pela independência e auto-determinação, nas mulheres que fizeram oposição ao fascismo em Portugal, nas visões críticas do império, tendo ainda sessões sobre os desertores, uma homenagem a Miguel Portas, uma sessão para crianças que é também uma evocação de Luísa Moreira e uma sessão sobre Gisberta. O programa encerra com o filme clássico “A Batalha de Argel”, que será apresentado por Jorge Campos.
Neste dossier do Esquerda, é apresentado o cineasta René Vautier, ícone do cinema militante e autor de um dos primeiros filmes contra o colonialismo, África 50, feito em 1950 e proibido em França durante 40 anos. É com esse filme que abrirá o Desobedoc, numa sessão que contará também com um documentário sobre Vautier, comentado por Amarante Abramovici e Olivier Neveux, no dia 22 de abril.
Um dos destaques desta edição do Desobedoc é a sessão em torno de Sarah Maldoror. Neste texto, Tânia Leão conta a história desta cineasta percursora, que esteve com Aimé Césaire envolvida no movimento da Negritude e que é autora de algumas das obras mais instigantes sobre o colonialismo. O Desobedoc contará com a presença da sua filha, Annouchka de Andrade, para comentar os filmes.
A edição deste ano homenageia ainda Miguel Portas. Alda de Sousa recorda, neste texto, o ativismo político e cultural do Miguel, o seu otimismo e paixão, apresentando também a sessão, que contará com um filme sobre o Sahara Ocidental e múltiplos testemunhos e que acontece no dia 24 de abril à tarde, quando passam dez anos sobre a sua morte.
O Desobedoc 2022 homenageia ainda Luísa Moreira, que é recordada neste texto de Andrea Peniche, sua amiga e camarada. O Esquerda divulga ainda um texto de Jorge Silva Melo, recentemente falecido, sobre Luísa Moreira. A sessão “O Desobedoquinho de Luisa Moreira” acontece na manhã de dia 25, com uma dezena de curtas de animação, e é apresentada neste texto.
Gisberta Salce Junior, a transexual assassinada no Porto em 2006 e que este ano viu finalmente o seu nome aprovado pela Comissão de Toponímia da cidade para dar nome a uma rua do Porto, será evocada numa sessão, apresentada neste texto de Maria Manuel Rola, com um documentário realizado durante a pandemia e uma conversa com algumas das suas amigas e ativistas LGBT da cidade.
Ike Bertels viu um documentário da BBC sobre o movimento de libertação de Moçambique, a FRELIMO, foi tocada pela imagem de 3 raparigas da guerrilha, procurou-as e filmou-as, primeiro em 1984 e novamente em 1994. A cineasta, de que publicamos uma entrevista, estará no Desobedoc para comentar “Guerrilla Grannies”.
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