Três projetos de construção de parques eólicos em zonas protegidas estão na mira da associação ambientalista Zero. Em comunicado citado este sábado pela agência Lusa, a Zero manifesta-se contra os projetos de Arcos de Valdevez e Silves e defende alterações no de Cinfães.
No primeiro caso, o parque eólico “que ousadamente se projeta sobre o único Parque Nacional de Portugal, o da Peneda-Gerês”, tem sido contestado pelas populações locais, com uma petição pública que já recolheu mais de 3.700 assinaturas. A Zero diz que “é um exemplo flagrante da falta de visão integrada e do desrespeito pelos valores naturais classificados”.
No caso do Parque Eólico de Silves, a associação diz que o projeto “com uma área de estudo superior a 7.300 hectares e uma Linha de Muito Alta Tensão indefinida, ameaça a Serra de Monchique”.
Já quanto ao Parque Eólico de Tendais, no concelho de Cinfães e dentro da Zona Especial de Conservação de Montemuro, “apesar de ser um bom princípio de atualização de equipamento, falha em princípios básicos de sustentabilidade”, pois “em vez de aproveitar algumas das infraestruturas existentes, propõe construir em betão fundações totalmente novas em locais distintos”. Por isso a Zero defende a reformulação deste projeto " para maximizar a reutilização das áreas já artificializadas e prevenir integralmente os passivos ambientais”.
A associação critica ainda a ineficácia dos processos de Avaliação de Impacte Ambiental, transformados em “apenas uma ‘via verde’ para aprovar todo e qualquer projeto submetido junto das autoridades ambientais”.
“A transição tem de ser justa, tanto ambiental como socialmente. Isto significa que, sempre que necessário, há que rejeitar projetos que destroem capital natural relevante, que se instalam em áreas classificadas, que ameaçam espécies protegidas e que ignoram alternativas em zonas de menor sensibilidade ambiental”, conclui a associação.