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Milhares de manifestantes concentraram-se no centro de Túnis, diante do Ministério do Interior, gritando “Não a Ben Ali” e “Revolta contínua, não a Ben Ali”, mostrando assim que os esforços do presidente para acalmar a revolta que se espalhou pelo país nas últimas semanas foram em vão.
Na noite desta quinta-feira, Ben Ali foi à TV anunciar que abandonará o poder em 2014, não voltando a apresentar-se nas eleições presidenciais desse ano. Zine El-Abidine bem Ali é presidente desde 1987. Também disse ter ordenado à polícia que não utilize armas de fogo contra os manifestantes e anunciou a redução do preço do leite, do pão e do açúcar. Desde o início da revolta já morreram 74 pessoas em confrontos com a polícia.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros tunisino, Kamel Morjane, defendeu esta sexta-feira, em declarações à rádio francesa Europe1, que a formação de um governo de unidade nacional na Tunísia era "completamente viável" e "mesmo normal".
Mas o recuo do governo parece ter dado novo ânimo à revolta. Os manifestantes em Túnis gritavam "O ministério do Interior é um ministério do Terror", "homenagem ao sangue dos mártires" ou ainda "não aos Trabelsi (a família da mulher do presidente) que pilharam o país". Estão em curso manifestações noutras cidades, como Sidi Bouzid, onde teve início a revolta, há um mês, em Regueb, em Kairouan e em Gafsa.
Está convocada uma greve de duas horas para esta sexta na região de Túnis, convocada pela UGTT, sindicato único que acabou de se associar à mobilização, e por cibernautas e estudantes. Os advogados estão também na primeira linha das manifestações, segundo relata o diário francês Le Monde.
Os sites da Internet que tinham sido bloqueados pelo regime voltaram a estar acessíveis na noite de quinta, depois de Ben Ali ter também prometido liberdade total de informação e acesso à Web.