Os trabalhadores da RHMais e da Randstad que trabalham para a Vodafone vão estar em greve nos fins de semana de setembro, pretendendo assim fazer avançar o seu caderno reivindicativo. Neste, a prioridade vai para a proposta de um aumento salarial de 15% não inferior a 150€ para todos os trabalhadores, acrescido da revisão do valor do subsídio de refeição para 9,60€.
Em comunicado, o SINTTAV, Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, defende que “não é justo que a empresa pague o salário mínimo nacional e exija o máximo dos trabalhadores com trabalho altamente qualificado e de complexo conteúdo de responsabilidade”.
Para além disso, também se propõe que se “respeite a antiguidade” por se considerar que “não é justo que trabalhadores com anos de antiguidade e experiência profissional tenham o mesmo salário que um outro trabalhador que inicia a sua carreira para a mesma atividade”. Propõem assim a criação de diuturnidades.
Quanto ao subsídio de refeição, criticam que trabalhadores da mesma empresa recebam valores diferentes, “provocando uma discriminação incompreensível e que é urgente resolver com a uniformização de um valor mais favorável para todos os trabalhadores”.
Têm ainda outras reivindicações como a atribuição de um “subsídio de línguas aos trabalhadores que, com frequência, fazem atendimento em língua estrangeira”, um tempo de pausa “a definir entre atendimentos para manter a devida concentração psíquica e mental”, a majoração de três dias de férias acrescidos aos 22 dias úteis, um subsídio de turno em regimes de laboração em que os mesmos postos de trabalho são ocupados de forma rotativa, em horas diferentes e com descanso semanal variável, a redução do horário de trabalho para as sete horas diárias e 35 horas semanais sem prejuízo na remuneração, a atribuição do dia de aniversário do trabalhador com dispensa remunerada.
Tudo isto a par com a negociação de um “Instrumento de Regulamentação Coletiva a corresponder com melhorias para os trabalhadores, nomeadamente na carreira profissional, evolução salarial e horários”.
RHmais não quer pagar tempo do plenário de trabalhadores
Uma destas empresas, a RHmais, que também presta serviços para a NOS, de acordo com o mesmo sindicato, descontou no recibo de vencimento dos trabalhadores o tempo em que participaram num plenário.
O SINTTAV explica tratar-se de uma “grosseira violação ao disposto na Lei do Trabalho” que surge porque os efeitos da luta dos trabalhadores “parecem estar a perturbar a RHmais”, “ao ponto de transmitir orientações aos seus colaboradores administrativos para justificar como tempo de trabalho efetivo o período de duração do plenário, mas, pasme-se, não remunerado”. Esta figura das “horas de trabalho sindical não remuneradas” é aplicada ao trabalho de dirigentes e delegados sindicais quando estes ultrapassam o crédito de dias que a lei lhes confere. A lei é clara conferindo 15 horas por ano sem perdas de direitos para ações como os plenários de trabalhadores,
A direção sindical diz que a empresa é “conhecedora da legislação do trabalho” que é obrigada a respeitar e ao agir assim “para além de estar a infringir o disposto na lei, pretende com esta aberração atemorizar os trabalhadores para em futuras ações se absterem de utilizar o direito de participar em plenários e assim de forma intencional fragilizar a luta dos trabalhadores”.
O sindicato vai responder à “grosseira violação” da lei recorrendo a todas as instâncias “incluindo a possibilidade de intentar uma ação judicial para que o prejuízo causado aos trabalhadores seja justamente resolvido”.