Chile

Trabalhadores da maior mina de cobre do mundo em greve

13 de agosto 2024 - 18:21

Com o cobre em alta, os trabalhadores lutam por melhores rendimentos. Em 2017, pararam durante 44 dias fazendo os preços desta matéria-prima subir nível. Perante o impasse negocial preparam agora nova greve de longa duração.

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Greve dos trabalhadores da mina de Escondida em 2017.
Greve dos trabalhadores da mina de Escondida em 2017. Foto do sindicato.

Os trabalhadores da mina de Escondida, no Chile, começaram esta terça-feira uma greve. A paralisação surge depois de em cinco dias de negociações sobre rendimentos a administração não ter mudado substancialmente a sua posição.

Esta é a maior mina de cobre do mundo e é maioritariamente detida pela multinacional australiana BHP. Outras duas multinacionais a anglo-australiana Rio Tinto e a subsidiária da Mitsubshi JECO Corp. têm uma participação minoritária.

O sindicato número 1 da Mina de Escondida representa 98,5% dos operacionais que fazem a mineração funcionar. À Reuters, o seu presidente, Patricio Tapia insiste que sem eles, e uma vez que segunda a lei chilena não se podem substituir trabalhadores grevistas, a mina parará de laborar.

E quando esta mina, que produziu o ano passado 1,1 milhões de toneladas métricas de cobre e no primeiro semestre deste 614.400 toneladas, deixa de produzir, os resultados são sentidos no mercado mundial. A última vez que os seus trabalhadores fizeram greve, em 2017, durante 44 dias, os preços do cobre ao nível global subiram.

A Goldman Sachs já prevê que os lucros da empresa caiam 250 milhões de dólares caso a greve se prolongue por dez dias. Caso chegasse ao patamar da greve anterior o impacto seria de 795 milhões.

O sindicato apela aos trabalhadores que sigam as instruções de “um plano que foi estudado em detalhe sob o ponto de vista operacional e legal” e que projeta “uma greve de longo prazo”.

Com o preço desta matéria-prima em alta e as perspetivas de subida ainda maiores por ser utilizada em projetos de inteligência artificial, os trabalhadores pretendem que 1% dos dividendos dos acionistas sejam distribuídos igualmente entre eles.

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