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A situação de Miguel Relvas é “verdadeiramente insustentável”

Bloco quer explicações “cabais e definitivas” de Miguel Relvas sobre o caso secretas e acusa o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares de ter dado uma “resposta falsa” à 1ª comissão parlamentar quando questionado sobre a existência de contactos entre o seu gabinete e o ex diretor do SIED, Jorge Silva Carvalho.
Foto Luís Saraiva/GP PSD

Face ao anúncio, por parte da revista Sábado, da demissão de Adelino Cunha, apresentada após o Ministério Público ter encontrado mensagens, no telemóvel do ex diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), trocadas entre este e o adjunto de Relvas, o Bloco requer novamente a presença do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares na 1ª Comissão parlamentar.

A deputada do Bloco Cecília Honório lembra que Miguel Relvas “deu uma resposta falsa” aos deputados da 1ª comissão, tendo respondido “categoricamente que não” quando foi questionado por esta deputada sobre “se ele próprio, ou alguém próximo de si ou alguém do seu gabinete tinha mantido algum contacto com o Dr. Jorge Silva Carvalho, ex diretor do SIED, ou tinha alguma relação com o processo de reforma das secretas”.

A situação do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares é “verdadeiramente insustentável”, sendo que todo este processo constitui “um desrespeito pelos cidadãos e pela democracia”, frisou a dirigente bloquista.

Nesse sentido, o Bloco de Esquerda “quer que o ministro Miguel Relvas venha à primeira comissão para prestar esclarecimentos sobre esta matéria, mediante os factos que hoje conhecemos”, afirmou Cecília Honório, sublinhando que “é preciso que estas últimas explicações sejam cabais e definitivas”

Adelino Cunha confirma continuidade dos contactos

Questionado pela SÁBADO, o adjunto de Miguel Relvas esclareceu que conheceu o Dr. Jorge Silva Carvalho “antes de ter sido nomeado adjunto político do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares” e que manteve “contactos” durante o período em que exerceu funções.

Adelino Cunha explicou ainda por que razão se reuniu com Jorge Silva Carvalho: “Em Setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos”.

A relação entre Relvas e o ex diretor do SIED

No processo do Ministério Público (MP) constam, segundo refere a Sábado, várias referências a contactos entre Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho, entre as quais uma mensagem, datada de 16 de abril de 2010, na qual o então braço direito de Passos Coelho no PSD promete ao ex diretor do SIED a satisfação de um pedido e um sms de 18 de novembro, no qual é referido o jornalista Nuno Simas.

Nos registos do MP existe ainda outra mensagem, datada de 19 de maio de 2011, na qual Jorge Silva Carvalho tem a liberdade de defender, perante Miguel Relvas, que deveria ser o futuro secretário-geral do SIRP e refere quais deveriam ser os membros da direção desta entidade e do Serviço de Informações de Segurança.

Nesta data, o ex diretor do SIED terá ainda alertado Miguel Relvas para o facto de Ângelo Correia, militante histórico do PSD e ex-patrão de Pedro Passos Coelho no sector privado, estar a tentar afastar do SIS um velho rival.

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