Realiza-se este sábado a 2ª Marxa Cabral, com partida do Marquês de Pombal às 14h30 e desfile pela Avenida da Liberdade rumo ao Largo de São Domingos. Este ano a iniciativa coincide com a celebração do cinquentenário das independências de Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, mas também do centenário dos nascimentos de Frantz Fanon, Patrice Lumumba e Malcolm X. Acima de tudo, refere a Segunda Declaração Panafricanista de Lisboa, a Marxa sublinha a “afirmação do compromisso da nossa geração com o legado de Amílcar Cabral: preservar a independência dos nossos países e lutar pela soberania plena dos nossos povos”.
“O reconhecimento e a inscrição concreta da figura de Amílcar Cabral e dos movimentos africanos de libertação na memória e na história da democratização de Portugal, nos manuais escolares, nas datas comemorativas, em monumentos, nos discursos políticos, etc., são formas de reparar a própria história do país e honrar a memória e o trabalho por ele desenvolvido em Portugal”, refere ainda a declaração.
A iniciativa panafricanista conta com um extenso leque de reivindicações e lutas, nomeadamente contra as guerras, a brutalidade policial, a miséria, a injustiça e as fomes, o extrativismo, a exploração e o patriarcado, pela justiça climática, trabalho digno e vida justa. Solidarizam-se com as vítimas da brutalidade policial na Guiné-Bissau e Angola e a resistância dos povos da Palestina, Sahara Ociental, Sudão e Congo. Apela-se ainda ao fim dos despejos forçados em bairros como o do Talude, em Loures, e ao “direito ao lugar para a Cova da Moura”, com investimento público para a requalificação e regularização do terreno.
