O jornal britânico Guardian, noticia nesta quarta feira que o primeiro ministro português José Sócrates telefonou à chanceler alemã, Angela Merkel, pedindo ajuda e dispondo-se a “tudo fazer”, para que não fosse necessário pedir resgate ao chamado fundo europeu de estabilização e ao FMI. O jornal refere que uma testemunha disse que “Sócrates parecia desesperado e desejoso de agradar”.
Merkel aproveitou o facto de estar em conversações com Dominique Strauss-Kahn, director geral do FMI, e Giulio Tremonti, ministro da economia e das finanças de Itália, para deixar Sócrates à espera e pedir opinião ao chefe do FMI.
Strauss-Kahn, que é dirigente do PS francês e possível candidato desse partido da Internacional Socialista às próximas eleições presidenciais francesas, disse à chanceler que o pedido era inútil, "pois Sócrates não seguiria nenhum conselho que lhe fosse dado".
O jornal salienta que a cínica resposta revela as elevadas tensões na União Europeia e lembra as humilhações feitas à Grécia e à Irlanda, antes destes países aceitarem a intervenção europeia e do FMI. Para o Guardian, chegou agora a vez de Portugal e Espanha serem o alvo das pressões externas.