Reginaldo Moraes, professor da Unicamp no Brasil, cientista e ativista político, um amigo e camarada, morreu na segunda-feira. Doutor em filosofia, publicou as suas investigações sobre educação e outras questões sociais. Interessou-se pelo Bloco e pelo Podemos, escrevendo recentemente um livro sobre “Bloco de Esquerda e Podemos: dois experimentos de organização na nova esquerda europeia” (2016). No ano seguinte, publicou “Capitalismo, Classe Trabalhadora e Luta Política no Início do Século XXI” (2017) e dentro de meses será editado o seu “Os ricos e poderosos”.
Escrevia ele no seu perfil do Facebook: “Neste espaço procuramos evitar manifestações de intolerância e apologia a violações de direitos humanos. Essas coisas já têm muito espaço na imprensa do país, não precisam deste recanto para se propagarem. Portanto, cortes ou bloqueios não são resultados de ‘problemas pessoais’. São escolhas. Se a sua praia é outra, siga em frente, mas não comigo”. Anti-bolsonarista, nunca se calou na defesa da democracia.
Conheci o Regis em finais dos anos 1970, foi das pessoas que me recebeu nas primeiras idas ao Brasil, ainda em ditadura. Ele tinha militado no POC, uma organização revolucionária e clandestina e esteve depois na fundação do PT. Discuti com ele horas a fio e sempre com o encanto do seu sentido de humor, conhecimento profundo, intuição e generosidade. Sempre crítico e até cáustico, pessimista e inteligente, o Régis era uma força. Estavamos a programar um encontro dentro de dois meses. Que falta que vai fazer aos seus amigos e camaradas.