Condenado em dezembro a cinco anos de prisão pelo suposto crime de disseminação de notícias falsas, o escritor, programador informático e ativista egípcio-britânico Alaa Abd El-Fattah tem sido vítima de tortura e maus-tratos nas prisões do Egito. A 2 de abril, deu início a uma greve de fome e o seu estado de saúde deteriorou-se desde então, estando agora em perigo de vida.
“O crime dele, como o de milhões de jovens no Egito e noutros lugares, foi acreditar que um outro mundo era possível. Ele teve a coragem de o tentar tornar possível”, escreveu Laila Soueif, mãe de Alaa, matemática, professora universitária e ativista.
Alaa tornou-se uma figura conhecida do ativismo pela democracia no Egito desde o início do século ao documentar as violações dos direitos humanos ainda sob o regime de Mubarak, juntamente com a sua companheira Manal Hassan. Juntos criaram um agregador de blogs que não fazia censura de conteúdos e se tornou muito popular entre a juventude, Após a Primavera Árabe e a repressão que se seguiu no novo regime do general al-Sisi, continuou a ser perseguido. Passou boa parte da última década atrás das grades e é hoje o mais conhecido dos mais de 60 mil presos políticos no Egito.
A ação de solidariedade convocada para esta segunda-feira, 5 de setembro às 18h30, no Largo do Intendente, em Lisboa, pretende não apenas chamar a atenção para as condições dramáticas em que se encontra, mas também apelar à libertação de todos os presos políticos do Egito. Por outro lado, apelam também ao boicote à COP-27, a cimeira ambiental prevsta para se realizar em novembro, tendo o regime egípcio como anfitrião.
O apelo é subscrito por centenas de pessoas, entre jornalistas, artistas e políticos como a eurodeputada Marisa Matias, o líder parlamentar do Bloco Pedro Filipe Soares ou a ex-candidata presidencial Ana Gomes.